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PAICV avalia abstenção de Cabo Verde à resolução da ONU como “revoltante ausência de sensibilidade” para com palestinos
Política

PAICV avalia abstenção de Cabo Verde à resolução da ONU como “revoltante ausência de sensibilidade” para com palestinos

O PAICV avaliou a abstenção de Cabo Verde à resolução da ONU que apela, sobretudo, a uma pausa humanitária para assistência aos civis, como manifestação de uma “revoltante ausência de sensibilidade” para com o povo palestino.

Em comunicado, o PAICV frisou que todos os países da CPLP que participaram na votação pronunciaram-se a favor da resolução da ONU, excepto Cabo Verde, por decisão do seu Governo.

“Trata-se de uma extraordinária manifestação de auto-isolamento diplomático, mormente tratando-se de um assunto de natureza humanitária, que tem a ver com a prestação de assistência vital a dois milhões de seres humanos encurralados e expostos de dia e de noite a bombardeamentos terrestres, marítimos e aéreos”, diz o partido.

Segundo o PAICV, a decisão do Governo liderado por Ulisses Correia e Silva de “voltar as costas” à esmagadora maioria dos países do mundo, que se propõem encontrar vias para amenizar o sofrimento, é manifestação de uma revoltante ausência de sensibilidade para com o povo palestino.

Por outro lado, considerou, mancha o prestígio internacional de Cabo Verde, pois, na óptica do maior partido da oposição, constitui uma deriva grave na condução da sua política externa, num momento de extrema tensão na cena internacional e de reposicionamentos estratégicos das alianças político-diplomáticas.

Daí que chamou a atenção para as consequências, que alerta, “acabarão por ser sentidas a curto ou médio prazo nas relações de Cabo Verde com muitos países.

“O bom-senso e a nossa própria experiência de Estado independente aconselham a consolidar e não afugentar as nossas parcerias tradicionais nem criar razões para que o prestígio com que somos conhecidos e reconhecidos no mundo, seja colocado em causa”, aconselhou, realçando que a diplomacia de um pequeno país arquipelágico exige rigor e sentido de permanência.

No comunicado, o partido assegura que não se revê, de forma alguma, nesse posicionamento de Cabo Verde na Assembleia Geral das Nações Unidas, de que discorda em “absoluto”, e reafirma a sua adesão ao princípio sagrado da defesa intransigente dos interesses vitais de Cabo Verde.

Aproveitou para reiterar a sua solidariedade ao povo da Palestina, reafirmando total adesão às “pertinentes” resoluções da ONU, e exprime a sua convicção de que a solução desse conflito passa pela futura e necessária criação de dois Estados soberanos e iguais em direitos que permitam aos palestinianos e israelitas viver em paz.

O grupo islamita Hamas lançou em 07 de Outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de duas centenas de reféns. Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007.

Desde o início da guerra, mais de 8.000 pessoas morreram em Gaza, devido aos bombardeamentos que Israel realizou desde há três semanas, segundo o Ministério da Saúde do grupo islamita palestiniano Hamas.

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