O Presidente da República, José Maria Neves, considerou hoje, no Mindelo, que o mar é a “única área” que Cabo Verde pode ser uma potência e trazer o mundo para se formar nos mais diferentes domínios.
O chefe de Estado falava aos participantes da campanha de limpeza na praia de São Pedro, em São Vicente, e que se enquadra no quadro de um colóquio sobre os oceanos, iniciativa da Presidência da República, e que decorreu desde esta terça-feira, no Mindelo, sob o lema “A ciência que precisamos para o oceano que queremos”.
O evento insere-se nas actividades alusivas à década 2021 a 2030, que foi declarada pela Organização das Nações Unidas como a década dedicada a esta problemática.
Relembrando que hoje, 08 de Junho, é o Dia Mundial do Oceanos, José Maria Neves instigou para que a data seja utilizada para se pensar como um país arquipelágico como Cabo Verde pode se relacionar com o mar.
Sob o mote da diferença do território nacional, que é “cerca de um por cento (%) terra e 99% mar” e que pode ainda aumentar com a proposta, feita às Nações Unidas, de alargamento da plataforma continental, a mesma fonte disse ser preciso reflectir como tirar proveito da “enorme riqueza” existente no País.
“Ainda não conseguimos tirar nem 1% da enorme riqueza que temos aqui, então para conseguirmos chegar lá temos é de conhecer melhor o nosso mar”, asseverou.
“O mar é a única área que Cabo Verde pode ser uma potência e podemos trazer o mundo para Cabo Verde para se formarem aqui nos mais diferentes domínios”, reiterou José Maria Neves, apontando como exemplo os estudantes do programa Wascal, vindos de diferentes países africanos, que participaram da campanha de limpeza e que podem ser um dos a beneficiar.
O Presidente da República realçou possibilidades a serem feitas com a água do mar, entre as quais a dessalinização para água potável e produção de energia, promover turismo e desportos náuticos, ligar as ilhas, ainda produzir medicamentos, ‘bunkering´ e garantir “toda a segurança” do arquipélago.
Por outro lado, considerou, há possibilidade de especialistas do mundo inteiro virem fazer investigação e permitir conhecer melhor o mar.
Ou seja, o País, segundo a mesma fonte, pode fazer do mar o “maior trunfo” para construção do futuro, contudo, é preciso, ajuntou, cuidar deste.
“Vamos cuidar da década dos oceanos, vamos cuidar do nosso mar, vamos cuidar de Cabo Verde e fazer deste Cabo Verde as ilhas azuis do atlântico”, concretizou.
Na campanha de limpeza participaram alunos da Escola Básica de São Pedro, a associação comunitária e associação dos pescadores locais, a Cruz Vermelha, discentes da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) e também do curso de mestrado do programa Wascal da Universidade Técnica do Atlântico (UTA).
A campanha contou ainda com a parceria da Câmara Municipal de São Vicente.
O evento teve ainda a intervenção de Maria Estrela, em representação da Uni-CV, que considerou que a campanha se trata de uma “actividade simbólica”, mas, que demonstra que a comunidade de São Pedro está preocupada com os oceanos, por ser onde retira os recursos para a sua subsistência.
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