Emanuel Barbosa isolado. O Movimento para a Democracia (MpD) demarcou-se esta quarta-feira, 1 de maio, das declarações do seu deputado Emanuel Barbosa sobre Amílcar Cabral, dizendo que as mesmas “só vinculam” aquele eleito nas listas do MpD.
De acordo com a nota a que a Inforpress teve acesso, o secretário geral do MpD, Miguel Monteiro, diz que o seu partido respeita a “liberdade de expressão do deputado cuja declaração só vincula a ele”.
“O MpD respeita a figura de Amílcar Cabral e o seu papel de destaque na luta da libertação nacional”, lê-se na nota, segundo a qual, Cabral “faz parte da história do país”.
Recentemente, numa publicação efectuada na rede social Facebook, Emanuel Barbosa disse que considerar que Amílcar Cabral uma figura do Estado é “um exagero”, além de ser “uma leitura falsificada da História”.
“Na sala VIP do aeroporto internacional da Boa Vista, de nome Aristides Pereira, filho da ilha e que foi Presidente da República, encontramos quadro com a figura do omnipresente Amílcar Cabral, ao lado do qual se achavam, entre outras, a fotografia oficial do Presidente da República e quadro com a nossa Cize, Rainha da nossa morna”, iniciou a publicação Emanuel Barbosa.
Mais adiante, o parlamentar escreveu que isto tem sido recorrente, “como se existe uma estratégia subjacente de instalar nas pessoas a ideia de que Amílcar Cabral foi uma figura do Estado e da República”.
“Sabemos todos que não. Pois, morreu antes da independência, isto é, depois da criação do Estado de Cabo Verde, primeiro autoritário, depois, o de agora, democrático”, acrescentou.
Emanuel Barbosa justificou que sua “reflexão” serve para, “na linha da maior parte dos cabo-verdianos, chamar a atenção, em respeito pela verdade e pela Constituição da República, que Amílcar Cabral não é – nunca o foi – uma figura do Estado, pelo que não se mostra aceitável que as suas fotos estejam afixadas em estabelecimentos do Estado”.
“Quanto muito, é um Herói Nacional, uma figura nacional, como Leitão da Graça, Mascarenhas Monteiro, entre tantos outros, que se assumiram sempre como cabo-verdianos por cujos interesses se bateram”, pontuou.
Prosseguindo, Emanuel Barbosa defendeu que considerar Amílcar Cabral uma figura do Estado é “um exagero”, além de ser “uma leitura falsificada da História”.
“Para quem insista em ver as coisas sem o rigor que reclamam, é sempre bom lembrar que as figuras do Estado estão todas plasmadas na nossa Constituição. Cabo Verde hoje dispensa tutelas mitológicas e políticas, próprias de regimes de partido único”, finalizou.
Com Inforpress
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