Júlio Lopes desafia o Governo. "O país tem que ser ambicioso e célere na tomada de medidas"
Política

Júlio Lopes desafia o Governo. "O país tem que ser ambicioso e célere na tomada de medidas"

O presidente da Câmara Municipal do Sal disse hoje, 23, que Cabo Verde tem de ser mais ambicioso e célere na tomada de medidas públicas para acompanhar e ultrapassar os “grandes obstáculos” que existiram e ainda existem.

“O governo, enquanto elemento importante na liderança do País, tem esse papel importante de congregar os cabo-verdianos para as tarefas futuras, tão difíceis, mas que têm que ser realizadas para podermos, de facto, dar melhores condições de vida aos cabo-verdianos”, defendeu Júlio Lopes.

O edil salense fez essas considerações após conclusão, com êxito, da sua tese de doutoramento, em provas públicas, quinta-feira, 20, em Gestão Global, Estratégia e Desenvolvimento Empresarial, na qual discorreu sobre o “Papel e impactos das políticas públicas sobre a competitividade do destino turístico Cabo Verde”.

“Uma conclusão que tirei desta minha tese de doutoramento é que tem que haver pactos. Temos de ser ambiciosos, temos que ter políticas concretas, mas tem de haver um ambiente, uma plataforma de consensos em Cabo Verde. Ou seja, temos de acordar uma visão comum para este País, não só no turismo, mas também em outras actividades económicas”, sublinhou.

Nesta medida, o autarca exortou os poderes públicos a evitarem os factores que possam “afectar negativamente” o ciclo de vida do destino Cabo Verde, para que possa continuar no “estágio de crescimento” e não “cair na estagnação”, caso medidas prioritárias não forem implementadas.

Na questão da tese, o autarca disse que a conclusão a que se chegou é que Cabo Verde “não tem estado a trabalhar” no turismo como um sistema, daí que a recomendação seja inverter a situação.

“De facto, já se nota uma melhor relação entre o sector público e o privado, mas ainda podemos melhorar mais a nível dos consensos entre as forças políticas e as forças sociais, dentro da democracia, diversidade… mas temos de caminhar num sentido. Ter uma visão estratégica orientada por um caminho para podermos ultrapassar os obstáculos, e Cabo Verde crescer, desenvolver-se economicamente para poder servir os cabo-verdianos em todas as ilhas de Cabo Verde”, enfatizou.

Reiterando que o turismo tem de servir os cabo-verdianos em todas as ilhas de Cabo Verde, o autarca disse ter proposto na defesa de sua tese, a diversificação do turismo para que não seja apenas a ilha do Sal e da Boavista a beneficiarem-se do turismo, mas também a sofrer as esterilidades negativas a nível social.

“Então que todo o Cabo Verde, de forma harmoniosa, conforme as suas particularidades, os seus recursos possa desenvolver-se. O Fogo com o seu vulcão, Santo Antão com as suas montanhas, enfim, as outras ilhas, cada um com o seu recurso, para podermos avançar de forma harmoniosa”, insistiu.

“Daí que seja necessário haver esse tal consenso, esse consenso político, harmonização de algumas políticas para evitar que uma parte dos cabo-verdianos remem num sentido e a outra parte no sentido contrário. Isso retira forças. E os poderes públicos têm a função de atrair todas as forças para podermos caminhar num único sentido”, explicou, comentando que esses últimos cinco anos “não foram bons” em termos de consensos políticos.

“Temos de mudar”, renovou, acreditando que Cabo Verde e os cabo-verdianos “ganharão muito” com uma nova forma de fazer política em Cabo Verde.

“Daí, todas as medidas que proponho na tese, para Cabo Verde poderem elevar e desenvolver como um todo, e para que todos os cabo-verdianos possam tirar partido e beneficiar do turismo”, concluiu.

A tese de doutoramento de Júlio Lopes consiste numa investigação que visa responder a um conjunto de questões sobre a relação entre a implementação das políticas públicas e competitividade do destino turístico Cabo Verde.

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