O Governo de Cabo Verde promete a partir do próximo ano quase que duplicar a indemnização compensatória à Rádio Televisão Cabo-verdiana (RTC) passando para 86 mil contos (780 mil euros), disse hoje o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro.
"Vamos proceder ao aumento da indemnização compensatória, que neste momento é de 48 mil contos [48 milhões de escudos, 435 mil euros] e que vem de 1997 para 86 mil contos [86 milhões de escudos, 780 mil euros]", previu Lourenço Lopes, na Praia, após visitar as instalações da RTC.
"Estamos a falar de um aumento de à volta de 79%, cerca de mais 38 mil contos [38 milhões de escudos, 344 mil euros] por ano. Significa que nos próximos três anos, a RTC vai passar a receber do Estado mais cerca de 114 mil contos [114 milhões de escudos, um milhão de euros]", completou.
O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro disse que a partir do mês de outubro a instituição terá o novo conselho da administração, após demissão em janeiro do então Policarpo de Carvalho, depois de ser acusado pela prática do crime de Violência Baseada no Género (VBG).
O mesmo reafirmou que ainda este ano o Estado vai assinar o novo contrato de prestação de serviço de rádio e televisão, o atual data de 2013.
Lourenço Lopes disse que há necessidade de ter os necessários investimentos no reforço dos recursos humanos e nos equipamentos da TCV e da RTC, lembrando que no mandato anterior liderado pelo Ulisses Correia e Silva, apostou "fortemente" na arquitetura institucional e legal, conseguindo ter novos estatutos onde conferiram uma "maior autonomia" administrativa, financeira, editorial RTC e novos estatutos da ARC (Agência Reguladora para a Comunicação Social).
"A RTC tem feito um investimento enorme a nível da modernização tecnológica, aliás, o Estado mercê dessa confiança na televisão e na rádio pública, deu um aval de cerca de 1 milhão de euros para que hoje pudéssemos ter o sistema full HD aqui na televisão de Cabo Verde", referiu.
"Isto é um sinal claro de independência do setor da comunicação social. Hoje, quem atribui, por exemplo licenças de rádio e televisão, quem distribui os incentivos do Estado aos órgãos privados é a ARC e não o Governo. Se no mandato anterior fizemos isso, hoje estamos em condições de ir realizando as coisas", acrescentou.
O porta-voz do Governo disse ainda que outro objetivo da RTC, é tentar cobrir todas as ilhas que precisam da presença de meios de mobilidade.
"Refiro-me a São Nicolau, à Brava, ao Maio e à Boa Vista. Assim, estaremos em condições de preparar a televisão pública para os desafios do futuro, com atração, por exemplo, de jovens quadros para televisão e para a rádio pública", sustentou.
A Academia da Rádio Televisão Cabo-verdiana (RTC) anunciou em março que formou em dois anos de funcionamento cerca de 150 profissionais em diversas áreas e promete continuar a partilhar a suas experiências com o mercado.
Com cerca de 250 trabalhadores, a RTC nasceu da fusão em 1997 das extintas Rádio Nacional de Cabo Verde (RNCV) e Televisão Nacional de Cabo Verde (TNCV).
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