O presidente da UCID declarou hoje que o Governo “mais gastador” da história do país “não consegue resolver a problemática da mobilidade” dos cabo-verdianos entre as ilhas, principalmente nas épocas consideradas altas. Dura farpa de João Santos Luis ao Executivo liderado por Ulisses Correia e Silva.
João Santos Luís falava hoje em conferência de imprensa, no Mindelo, sobre transportes e mobilidade, áreas reveladoras, continuou, da “incompetência, do descaso, da falta de respeito pelos cabo-verdianos” e pelos recursos que colocam à disposição do governo através dos impostos que pagam.
É que, segundo o líder dos democratas cristãos, os transportes são de “extrema importância” para países insulares, como caso de Cabo Verde, facilitando a conectividade das ilhas internamente, permitindo o funcionamento do turismo e o comércio, garantindo a segurança e os serviços de emergência, e promovendo a integração regional.
Daí, continuou, investimentos contínuos em infra-estruturas e o elemento de transporte “são essenciais” para garantir o desenvolvimento económico e social sustentável do país.
“Não é admissível que todos os anos na época de Verão, haja uma intensificação dos problemas de mobilidade dos cabo-verdianos que optam pelo país natal para passarem férias com as suas famílias, ou com turistas que escolhem o destino turístico cabo-verdiano, para disfrutarem das ofertas turísticas, um pouco por todas as ilhas do arquipélago”, elucidou.
Aliás, Santos Luís acusou o Governo e as autoridades nacionais com “máxima responsabilidade” nesta matéria de andarem “demasiadamente distraídos” e de “não aprenderem com os erros do passado”, recorrendo sistematicamente, frisou, às medidas de reação, que são “penalizantes” para os utentes que precisam utilizar o transporte aéreo ou marítimo para acederem as ilhas do país.
“Estamos perante um Ministério dos Transporte e um Governo que utilizam sempre subterfúgios para desculpar com os cabo-verdianos e muitas vezes resolve submeter-se ao silêncio total, preferindo escutar as reclamações dos viajantes através da radio, televisão ou ainda pelas redes sociais”, insistiu a mesma fonte.
Por isso, para a UCID, enquanto país insular, os transportes, sejam aéreos, sejam marítimos, “mais do que um negócio para enriquecer os acólitos do partido do poder”, são e devem ser, um serviço público capaz de garantir “a coesão e a unidade territorial”, que é o que faz o país funcionar como um todo.
“A nação cabo-verdiana não pode e nem deve continuar a aceitar esta situação abusiva e que nos envergonha a todos perante a comunidade internacional”, sentenciou o líder da UCID, que pediu mudança, outra visão e actuação.
Uma ação política, sustentou, em que todos participam, uma “acção transparente, concertada, colaborativa”, em que “a cooperação, o debate sério e o pensamento coletivo” sejam o pilar central do desenvolvimento que “tem de ser sustentável e inclusivo”.
“A situação caótica sobretudo dos transportes aéreos que temos assistidos nos últimos dias no país, levam-nos a acreditar do descaso e abandono do Governo de um sector tão importante, e, face a nossa situação de insularidade a que estamos submetidos, exortamos o Governo que assuma de vez as suas responsabilidades”, explicitou.
Segundo João Santos Luís, caso persistir “este constante abandono”, então que o Governo “peça a escusa das suas responsabilidades” perante o povo cabo-verdiano.
“O país precisa de equilíbrio, precisa de governantes preocupados com o desenvolvimento do país e não governantes empresários que só servem para cuidar dos seus interesses pessoais”, finalizou o presidente da UCID.
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