Francisco Carvalho admite que a empresa Águas de Santiago (AdS), da qual a autarquia é accionista, tem “inteira responsabilidade” no concernente às fossas que vazam nas moradias do “Casa para Todos”, Achada Grande Trás, e promete medidas para breve.
“A responsabilidade da situação é inteiramente da AdS, que é uma empresa que tem responsabilidade em relação à questão dos esgotos”, afirmou o presidente da Câmara Municipal da Praia, acrescentando que, depois do esclarecimento sobre de quem é a responsabilidade, e, percebendo a aflição dos munícipes, vai agir.
Perguntado para quando a câmara pretende agir em relação à situação, Carvalho respondeu que vai ser com “a maior brevidade possível”.
Nesta última parte da sua primeira grande entrevista à Inforpress, o autarca praiense questionou o facto de a empresa, neste caso a AdS, não cumprir o seu papel e acha-se que está tudo bem, porque, frisou, “decidiu-se focar a avaliação do processo [dos esgotos] a partir de outros ângulos”.
“A AdS tem responsabilidade em matéria de esgotos, não cumpre a sua responsabilidade e um dos accionistas [na circunstância CMP] é que tem de fazer o trabalho da empresa”, indicou Francisco Carvalho, perguntando para quê a câmara está a fazer parte da empresa de Águas de Santiago.
Durante a conversa com a Inforpress veio à baila a questão de uma obra licenciada na orla marítima da Prainha pelo Instituto Marítimo Portuário.
Abordado sobre o assunto, o edil da Praia esclareceu que não há nenhum problema com esta instituição.
“Recebemos a última carta do Instituto Marítimo Portuário a dizer que vai analisar a situação e nos responder. Por isso, achamos não ser curial da nossa parte vir a público abordar a questão, enquanto o IMP está a analisar a situação”, indicou.
Neste momento, segundo o presidente, a obra está a avançar, não obstante a câmara ter introduzido uma providência cautelar no tribunal.
“A licença foi emitida no dia em que eu tomei posse [como presidente da Câmara Municipal da Praia]”, lamentou Francisco Carvalho, adiantando que a actual equipa camarária, além de ter um novo plano para aquela zona marítima, tem uma “nova visão e perspectiva”.
“Foi precisamente depois de divulgarmos a nova visão que temos para as orlas marítimas, que o proprietário decidiu avançar com a licença que tinha anteriormente”, assinalou o edil praiense.
Ultimamente, tem havido algum problema entre a CMP e o Instituto do Património Cultural (IPC), culminando com o embargo de algumas obras licenciadas pela edilidade.
“O IPC acorda dentro do sistema que o MpD decidiu montar para afrontar a câmara municipal. Esteve a dormir durante todos esses anos. Nunca procurou posicionar-se em relação a nenhuma obra no Platô e, de repente, acorda, dentro deste processo de ataque à câmara municipal”, queixou-se o autarca, indicando que, neste momento, existem outros “edifícios históricos” a serem construídos “na maior paz do mundo e o IPC não diz nada”.
De acordo com Francisco Carvalho, sempre as duas instituições concertaram em relação à intervenção nos edifícios no Platô.
“Com a nossa chegada à Câmara Municipal da Praia, as concertações foram suspensas”, indicou o responsável camarário, que prometeu estabelecer um canal de diálogo e concertação permanente com o IPC.
Relativamente à construção de uma piscina municipal, conforme desejo de muitos munícipes, o autarca não descarta esta hipótese e garantiu que este projecto “poderá perfeitamente ser incluído no orçamento para 2023”.
“Faz todo o sentido e é uma necessidade”, concordou o autarca, referindo-se à possibilidade de haver uma piscina municipal na Praia.
Quanto ao combate dos animais de grande porte nas redondezas do Aeroporto Internacional Nelson Mandela, deixou transparecer que a edilidade tem estado a fazer a parte que lhe compete, eliminando as lixeiras nestas zonas.
“Colocámos um guarda permanente na zona do aeroporto, onde têm depositado lixo, e temos em curso um inquérito no terreno para identificar os criadores de animais e trabalhar directamente com eles”, revelou, lamentando que algum lixo encontrado na zona do aeroporto continha papéis com a identificação da própria companhia aérea nacional, TACV.
Segundo ele, a própria empresa, contratada para retirar o lixo, “dá volta e meia e deposita os materiais ao pé do aeroporto”.
No Fórum Mindelo 2030, a CMP esteve representada na pessoa de um director, tendo sido criticada por alguns que entenderam que a autarquia devia marcar presença ao mais alto nível.
“Há uma confusão mental que reina na nossa sociedade. Se vou a sítios, dizem que estou a viajar de mais e, se não for, estou a sub-representar a câmara. Não podemos ir a todos os sítios em todas as horas. Nem é bom”, concluiu Francisco Tavares.
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