O líder da bancada municipal do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Vladimir Ferreira disse hoje que a câmara municipal da Praia paga 100 mil contos por ano pelo Mercado do Coco, “uma infraestrutura que não existe”.
Vladimir Ferreira fez esta afirmação em declarações à Inforpress à saída esta quinta-feira de um encontro dos eleitos municipais do PAICV com o conselho de administração da Bolsa de Valores, onde foram se inteirar do funcionamento da mesma, bem como solicitar informações sobre um empréstimo obrigacionista no valor de 600 mil contos, contraído pela Câmara Municipal da Praia em 2010 para a construção do Mercado do Coco e reestruturação de dívidas acumuladas no BCA e na Caixa Económica.
Conforme Vladimir Ferreira, a câmara municipal contraiu um empréstimo na Bolsa de Valores para construir “um mercado que nunca mais está pronto”.
“Desde 2011 a esta parte a câmara vem pagando as obrigações que contraiu junto da Bolsa de Valores, num valor de cerca de 50 mil contos por semestre. A câmara municipal paga 100 mil contos por ano para um mercado que não existe e que não está a servir aos munícipes”, enfatizou Vladimir Ferreira, para quem a situação “é muito preocupante”.
Por isso, disse, o PAICV continua a insistir no sentido de que “a câmara municipal precisa clarificar o quê é que pretende fazer daquele espaço”.
“É erário público, são recursos públicos que são gastos numa infraestrutura que nunca mais está concluída e que não está a dar o retorno que era suposto dar nesta altura, quando se pensou na sua construção”, concluiu.
A esse propósito, na sequência da visita que efectuou esta quarta-feira às obras dessa infra-estrutura camarária, a líder do PAICV, Janira Hopffer Almada, afirmou que este partido vai apresentar uma denúncia crime junto da Procuradoria-Geral da República, por considerar que “houve anormalidades” na gestão da verba destinada às obras do Mercado do Coco, na Cidade da Praia.
Conforme explicou, o projecto iniciado em 2011 pelo actual primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que na altura era presidente da Câmara Municipal da Praia, tinha um orçamento de 333 mil contos e passados nove anos, as obras continuam na mesma, ou seja, em “esqueleto”, e já foram gastos e “enterrados” mais de 450 mil contos.
Com Inforpress
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