Cadastro Social Único: Fernando Elísio diz que PAICV “caiu no fundo do poço” e “até fala mal dos seus”
Política

Cadastro Social Único: Fernando Elísio diz que PAICV “caiu no fundo do poço” e “até fala mal dos seus”

O ministro da Família, Fernando Elísio Freire, assegurou que as críticas do PAICV sobre o uso do Cadastro Social Único para fins eleitoralistas mostram que o partido “caiu no fundo do poço” e “até fala mal dos seus”. 

O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) acusou nesta quarta-feira em conferência de imprensa, na Cidade da Praia, o Governo de utilizar o Cadastro Social Único para fins eleitorais, considerando que “o povo foi abandonado” e a melhoria das condições de vida das pessoas não interessa. 

Fernando Elísio Freire, que reagiu hoje à imprensa, no Mindelo, disse ter ficado “até contente” porque “o PAICV transformou-se num partido de maldizer e maledicência e não tem nem sequer pudor de falar mal dos seus próprios companheiros”.

“Dizer que o presidente da Câmara de Santa Cruz monopoliza o Cadastro Social Único, dizer que o presidente de São Filipe o utiliza de forma politiqueira e dizer que o presidente da câmara dos Mosteiros faz um ataque à pessoa humana demonstra bem que o PAICV caiu no fundo do poço”, assegurou.

O partido, segundo a mesma fonte, “já não tem como e até critica os seus”, porque “quem faz a gestão do cadastro são as câmaras municipais em articulação com o Governo”.

“É um partido que até critica dentro de casa, até pensei que fosse mais uma guerra interna, mas pelos vistos é um problema estrutural que o PAICV tem que resolver, porque o País precisa de uma oposição mais credível, mais séria e, acima de tudo, que seja amiga de Cabo Verde”, concretizou.

A posição do PAICV foi manifestada pela membro da Comissão Política Nacional, Carla Carvalho, que explicou que a medida de política social, cuja implementação aconteceu massivamente nos últimos meses, às portas das últimas eleições legislativas, demonstra que “o povo foi abandonado à sua sorte”, durante cinco anos. 

Com esta postura, assinalou, ficou claro que “a melhoria das condições de vida das pessoas não interessa ao executivo”, na medida em que, se interessasse, certamente o Cadastro Social Único seria implementado muito antes, sobretudo, com a propagação da covid-19. 

Segundo apontou, Cabo Verde regista 175.844 pessoas a viver na pobreza com menos de 258 escudos por dia, e destes, 72.874 vivem em pobreza absoluta, com menos de 177 escudos por dia, o equivalente a 13,1 por cento (%) da população. 

“São essas pessoas que o Governo quer condicionar com apoios pontuais, utilizando o erário público, como se fosse um favor do Estado”, enalteceu. 

Por fim, afiançou, aproximam-se novas eleições e o Movimento para a Democracia (MpD) aparece a falar do Cadastro Social Único, na “tentativa de manter as pessoas na sua absoluta dependência” e para “condicionar a intenção de voto”. 

“Assim aconteceu nas vésperas das últimas legislativas, e assim está a acontecer, agora, com as presidenciais à porta”, salientou. 

Partilhe esta notícia

Comentários

  • Este artigo ainda não tem comentário. Seja o primeiro a comentar!

Comentar

Caracteres restantes: 500

O privilégio de realizar comentários neste espaço está limitado a leitores registados e a assinantes do Santiago Magazine.
Santiago Magazine reserva-se ao direito de apagar os comentários que não cumpram as regras de moderação.