PAICV acusa Governo de utilizar Cadastro Social Único para fins eleitorais
Política

PAICV acusa Governo de utilizar Cadastro Social Único para fins eleitorais

O Partido Africano da Independência de Cabo Verde acusou hoje o Governo de utilizar o Cadastro Social Único para fins eleitorais, considerando que “o povo foi abandonado” e a melhoria das condições de vida das pessoas não interessa.

A posição do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), foi manifestada em  conferência de imprensa, pela membro da Comissão Política Nacional, Carla Carvalho.

Na ocasião explicou que a medida de política social, cuja implementação aconteceu massivamente nos últimos meses, às portas das últimas eleições legislativas, demonstra que “o povo foi abandonado à sua sorte”, durante cinco anos.

Com esta postura, assinalou, ficou claro que “a melhoria das condições de vida das pessoas não interessa ao executivo”, na medida em que, se interessasse, certamente o Cadastro Social Único seria implementado muito antes, sobretudo, com a propagação da covid-19.

Segundo apontou, Cabo Verde regista 175.844 pessoas a viver na pobreza com menos de 258 escudos por dia, e destes, 72.874 vivem em pobreza absoluta, com menos de 177 escudos por dia, o equivalente a 13,1 por cento (%) da população.

“São essas pessoas que o Governo quer condicionar com apoios pontuais, utilizando o erário público, como se fosse um favor do Estado”, enalteceu.

Carla Carvalho defendeu que o PAICV pauta-se por uma política de governação onde as pessoas e a satisfação das suas necessidades “ocupam a centralidade de toda a política pública”, por isso, pediu maior transparência neste processo e que as informações sejam correctamente passadas.

Por outro lado, atestou, o compromisso era o de atribuir cinco mil subsídios de inclusão por ano e 25 durante o mandato, o que “não foi cumprido”, traduzindo num “falhanço total” no cumprimento desta promessa.

“Regista-se, ainda, grande incapacidade na organização do Cadastro Social Único, num processo de comunicação pouco claro, com indicadores desajustados à nossa realidade”, acrescentou, sublinhando que esta desorganização provocou uma grande injustiça, deixando de fora aqueles que realmente necessitam e favorecendo outros por mera simpatia partidária.

Por fim, afiançou, aproximam-se novas eleições e o Movimento para a Democracia (MpD) aparece a falar do cadastro social único, na tentativa de manter as pessoas na sua absoluta dependência e para “condicionar a intenção de voto”.

“Assim aconteceu nas vésperas das últimas legislativas, e assim está a acontecer, agora, com as presidenciais à porta”, salientou.

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