O presidente da câmara São Vicente acusou hoje a UCID o PAICV de “perseguição violenta” para “tentar derrubar a câmara” desde o início do mandado.
Augusto Neves, eleito presidente da Câmara Municipal de São Vicente na lista do MpD, falava em reacção à reprovação do orçamento para o ano de 2024, na sessão ordinária da Assembleia Municipal de São Vicente, com 11 votos contra, sendo sete da UCID e quatro do PAICV.
“Todos nós assistimos desde o início do mandato uma autêntica perseguição da UCID e do PAICV que se juntaram para derrubar a Câmara Municipal de São Vicente. Dois anos e meio sem conseguir realizar uma única reunião da câmara e não aprovando nada que partisse dessa instituição”, declarou o autarca.
Segundo Augusto Neves, esses dois partidos entregaram vários processos crimes contra a câmara e o seu presidente tentando manchar a sua imagem e “não conseguiram nada”.
“Agora é a vez da Assembleia Municipal, com a união dos dois partidos da oposição, a UCID e o PAICV, a entrar em acção, denegrindo a imagem da câmara e falando mal dos trabalhadores desta instituição, os quais tudo fazem para que as coisas funcionam de melhor forma possível mesmo em tempos difíceis”, criticou o presidente, para quem a UCID e o PAICV têm sido “autênticos inimigos” de São Vicente e “não têm respeitado os resultados eleitorais”.
Conforme Augusto Neves, a UCID e o PAICV “têm feito tudo para, de forma perversa”, para dificultar o normal funcionamento da ilha, informando que estavam a trabalhar esses documentos (plano de actividades e orçamento) desde o mês Maio deste ano.
“Tenho todas as convocatórias feitas solicitando subsídios a esses partidos, há meses, não entregaram nada, não participaram em nada, muitos não compareceram na apresentação e discussão do documento e só apareceram para votar contra”, reforçou, questionando a postura desses partidos.
“Que tipo de eleitos são esses, qual é a contribuição que querem dar à ilha de São Vicente”, questionou Neves.
“Autêntica irresponsabilidade. E que vergonha”, reforçou Augusto Neves, acrescentando ainda que “a Assembleia Municipal não funcionou nesses últimos três anos, os grupos não funcionam e só aparecem às votações por imposição dos dois partidos para votar contra as propostas da câmara”.
Em jeito de aviso, o presidente apelou à UCID e ao PAICV para não terem pressa, alertando-os que vão “prestar contas à população no próximo ano, nas eleições, e que é ao povo quem decide”.
Questionado sobre o acordo feito a nível das direcções do MpD e da UCID para garantir a governabilidade na câmara de São Vicente, o autarca revelou que, graças a esse acordo, “há bem pouco tempo a autarquia começou a funcionar bem, mas, na assembleia, os eleitos municipais pensaram totalmente diferente e quiseram derrubar o acordo”.
O executivo camarário de São Vicente é composto por autarcas do Movimento para a Democracia (MpD), partido que elegeu o presidente da câmara de São Vicente e mais três vereadores, da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID), que elegeu três vereadores, e Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), que elegeu dois.
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