Maior desastre com barco de migrantes em águas gregas desde 2015 faz pelo menos 78 mortos
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Maior desastre com barco de migrantes em águas gregas desde 2015 faz pelo menos 78 mortos

É o maior naufrágio em águas gregas desde 2015, o auge da crise dos refugiados, quando 70 pessoas morreram perto de Lesbos. Segundo a Organização Internacional das Migrações, em 2022 pelo menos menos 3.800 morreram a tentar chegar à Europa. A organização alerta: há cinco anos que não se registavam números tão expressivos.

Pelo menos 78 pessoas morreram afogadas no mar Egeu depois de um desastre que envolveu um barco de pesca de grandes dimensões. As primeiras informações, providenciadas pelos 104 sobreviventes que a Guarda Costeira da Grécia já resgatou, dão conta de uma viagem acidentada, que teria Itália, e não a Grécia, como destino final. As causas do acidente ainda não são conhecidas, mas o barco partiu do porto de Tobruk, na Líbia, disse uma fonte do ministério das Políticas Insulares, citado pelo “New York Times”.

Tanto os barcos da Marinha quanto os da Guarda Costeira foram enviados para o local assim que as autoridades gregas tiveram conhecimento do que se estava a passar. A operação de resgate foi “abrangente”, disse o mesmo ministério, mas ainda há pessoas desaparecidas, o que quer dizer que ainda não se conhece a extensão completa da tragédia. Sabe-se sim que este já é o mais grave incidente desde que, em 2015, 70 pessoas morreram perto de Lesbos, segundo os números que a Organização Internacional das Migrações disponibiliza no seu site.

A Guarda Costeira disse que o barco foi avistado pela primeira vez na noite de terça-feira pela agência de vigilância fronteiriça da UE, a Frontex, em águas internacionais a cerca de 80 quilómetros a sudoeste da cidade costeira de Pylos, no sul da Grécia. Uma das suas embarcações abordou o barco e os passageiros disseram que preferiam continuar a viagem, segundo as informações que um membro da Guarda Costeira partilhou com a agência Reuters, sob anonimato.

Em 2022 pelo menos menos 3.800 morreram a tentar chegar à Europa, alerta a mesma organização, no seu último relatório, publicado esta terça-feira. É o número maior dos últimos cinco anos e como não é possível obter números sobre todos os barcos que desaparecem no mar sem qualquer notícia da sua existência, o número real de mortes é considerado muito maior pelos que estudam os fenómenos migratórios.

A utilização de barcos grandes, onde normalmente viajam mais de 300 pessoas, é cada vez mais comum entre os migrantes, e a tentativa de chegar a Itália a partir da Turquia, quando a Grécia é bastante mais perto, torna estas viagens imensamente longas, tendo em conta as condições desumanas em que decorrem. Neste caso, o barco partiu da Líbia, de um porto que fica por baixo da ilha de Creta, mas o destino era igualmente Itália. Apesar de mais robustos, estas embarcações seguem normalmente com muito mais pessoas, e por isso mais peso, do que algum dia foram construidas para suportar. Em fevereiro de 2023, 96 pessoas morreram num desastre perto de Crotone, no sudoeste italiano. Esse barco saiu de Esmirna, na Turquia, e também levava cerca de 200 pessoas.

Os sobreviventes foram levados para a cidade de Kalamata, e a Presidente da Grécia, Katerina Sakellaropoulou, visitou o local. Os passageiros têm origens diversas: Egito, Síria e Paquistão são as nacionalidades em maioria entre os resgatados.

Fonte: Expresso.pt

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