
Em comunicado divulgado na manhã de hoje, o Alto Comando Militar anuncia ter nomeado o Horta N’tá para chefiar o período de transição. Trata-se de um general que era chefe de Estado-Maior particular de Umaro Sissoco Embaló. Fontes em Bissau, consideram tratar-se da continuação da encenação de um golpe orquestrado pelo próprio Sissoco para cancelar o processo eleitoral. Entretanto, continua a “caça” a figuras da oposição.
O Alto Comando Militar (a autodesignação dos golpistas) anunciou na manhã desta quinta-feira, 27, a designação do general Horta N’tá para chefiar o “período de transição”, exercendo as funções de presidente da República interino. Velho aliado de Umaro Sissoco Embaló, Horta N’tá era seu chefe de Estado-Maior particular.
No mesmo comunicado, os militares anunciaram o levantamento do recolher obrigatório, ao mesmo tempo que em Bissau se assiste a um reforço da presença de militares armados em pontos estratégicos e nas principais artérias.
Alegando que tem como objetivo a “restauração da segurança nacional e da ordem pública”, mas não avançando qualquer data para o fim do período de transição e o regresso à normalidade constitucional, a nomeação de Horta N’tá pelo Alto Comando Militar é tida, em círculos políticos da capital, como “a continuação da encenação de Sissoco” para tentar “afastar de si a responsabilidade do golpe” que cancelou o processo eleitoral, cujo resultado lhe seria desfavorável.
Perseguição a opositores políticos
Ao contrário dos noticiários avançados ontem, o candidato Fernando Dias da Costa conseguiu escapar, com a ajuda de jovens apoiantes, à tentativa dos militares para o deterem, mas confirma-se a detenção do seu coordenador nacional de campanha, Octávio Lopes, e do líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira.
Fontes em Bissau confirmam, ainda, que prossegue a “caça” aos opositores de Sissoco, o que é revelador do envolvimento do ex-presidente na orquestração golpista, continuando a mexer os cordelinhos por detrás do Alto Comando Militar.
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