
Amândio Brito manifesta a sua indignação, considerando que a ilha está desamparada e isolada, com o comércio a fechar portas, o custo de vida a aumentar e o sentimento de desesperança a crescer entre a população. Segundo o presidente da Câmara, as melhorias pontuais, no que respeita aos transportes, são sempre de pouca duração, não são sustentáveis e não dão confiança a ninguém.
O presidente da Câmara Municipal da Brava disse nesta terça-feira, 11, que a ilha está completamente “desamparada e isolada”, sublinhando que a falta de ligação com as outras ilhas impede o crescimento económico e o processo de desenvolvimento.
Amândio Brito, que falava à comunicação social, salientou que os operadores económicos locais estão desesperados, porque já não conseguem suportar a situação. Vários estabelecimentos comerciais foram obrigados a encerrar as portas, tendo como consequência mais desemprego e dificuldades acrescidas para muitas famílias.
Atraso no transporte de mercadorias provoca falta de produtos
O autarca avançou que as lojas se encontram frequentemente vazias, faltando nas prateleiras produtos de primeira necessidade como água, milho para animais e outros bens essenciais, já que a falta de transporte regular tem provocado atrasos na chegada de mercadorias, que demoram semanas, ou mesmo meses, para chegar à ilha.
“A população teme, agora, o impacto da crise nas festividades de Natal e Fim de Ano, bem como as consequências de um mau ano agrícola, sobretudo para as famílias mais vulneráveis”, frisou Amândio Brito.
O autarca considera que as melhorias pontuais, no que respeita aos transportes, são sempre de pouca duração, não são sustentáveis e não dão confiança a ninguém.
“Tudo é mais caro na Brava, os produtos básicos, os materiais de construção, e isso numa ilha onde o poder de compra é muito mais fraco”, salientou Brito.
Isolamento tem-se agravado
A situação de isolamento, ainda segundo o presidente da Câmara, tem-se agravado, comprometendo o desenvolvimento económico e social da ilha.
Para mais, Amândio Brito destaca que a ausência de soluções sustentáveis para os problemas de transporte, água e saúde, é apontada como a principal barreira ao progresso da ilha.
“Sem resolver estes três problemas, a Brava corre o risco de se tornar uma ilha desabitada. Estamos a perder os nossos jovens, as nossas energias e o futuro”, alertou o presidente da Câmara, apelando à intervenção urgente do poder central.
C/Inforpress
Foto: GCI/CMB
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