O ministro da Economia Marítima, Paulo Veiga, disse esta segunda-feira, 21, que as privatizações no sector foram todas adiadas para o próximo ano, por causa da pandemia, que trouxe muita incerteza e inviabilizou a visita das empresas interessadas.
Mas explicou que o plano da Zona de Economia Especial em São Vicente prevê a construção de um estaleiro de dimensão média, de investimento entre 250 e 300 milhões de euros.
Neste momento, o ministro disse que há manifestações de interesse de várias empresas tanto na Cabnave como nos serviços e gestão portuária da Empresa Nacional de Administração dos Portos (Enapor), mas que vai continuar a existir enquanto autoridade portuária do país.
O ministro avançou que o Governo tem um contrato com uma empresa holandesa, que está a tratar do processo de privatização, que depois seguirá para o parlamento para efetivação.
“Mas eles já tinham manifestações de pelo menos 10 empresas interessadas nos serviços e nos diversos setores que a Enapor gere neste momento”, apontou Paulo Veiga, na entrevista à Lusa, acreditando que os processos de privatizações avancem no decorrer do próximo ano.
O mandato do atual Governo de Cabo Verde, suportado pelo MpD, termina no primeiro semestre de 2021.
Os estaleiros navais e os portos estão na lista das 23 empresas públicas que o Governo cabo-verdiano quer reestruturar ou privatizar, pretendendo arrecadar ao todo 90 milhões de euros.
Num processo iniciado quase três anos, a única privatizada até agora foi a companhia aérea TACV, em 51% à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação.
O Governo cabo-verdiano também pretende vender ou concessionar empresas ligadas aos setores da água e energia (Electra), telecomunicações (NOSi e CV Telecom), aeroportos (ASA), produção e comercialização de medicamentos (Emprofac), imobiliária (IFH), correios, Escola de Hotelaria e Turismo, seguro (Promotora).
Um dos objetivos do executivo de Ulisses Correia Silva com as privatizações é aumentar a eficiência, produtividade e competitividade da economia e das empresas, criar novas oportunidades de negócio, atrair o setor privado, modernizar o tecido empresarial, reduzir o peso do Estado e da dívida pública na economia e defesa do património do Estado.
O Governo cabo-verdiano previa encaixar 4.632 milhões de escudos (41,8 milhões de euros) este ano com o programa de privatizações, o equivalente a 2,2% do PIB, conforme a lei do Orçamento do Estado para 2020, aprovado em dezembro último e substituído depois por um Orçamento Retificativo, em agosto passado, devido à crise económica e sanitária provocada pela pandemia.
Com Lusa
Comentários