A empresa espanhola responsável pelo serviço da Carris Metropolitana numa parte da Margem Sul, Alsa Todi, confirmou hoje que por falta de profissionais em Portugal, recrutou 61 motoristas em Cabo Verde que aguardam visto para entrarem ao serviço.
Em comunicado, a empresa explicou que o recrutamento foi feito com a colaboração de parceiros locais, em Cabo Verde acompanhado por responsáveis da Alsa Todi, que “garantiram a aptidão para o exercício de funções com os standards da ALSA, num processo formativo que continuará nos próximos dias em Portugal”.
“Os 61 motoristas (…) estão apenas a aguardar a emissão de vistos pelas autoridades portuguesas para entrarem, de imediato, ao serviço” nas linhas dos concelhos de Setúbal, Moita, Montijo, Alcochete, Palmela e Barreiro, sendo que a parte final da formação tem como objectivo fazer com que os novos motoristas conheçam as linhas onde vão trabalhar.
De acordo com o comunicado da empresa, “devido à impossibilidade de conseguir recrutar mais motoristas em Portugal por uma falta geral de mão-de-obra, a Alsa Todi está também a apoiar a instalação destes novos motoristas no país, através de medidas de financiamento da formação, despesas de deslocação e habitação”.
Para além de motoristas, Portugal tem privilegiado o mercado cabo-verdiano para recrutar profissionais na área do turismo, da restauração, da hotelaria e da construção civil, mas o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, afirmou na última semana, que não há motivos para emigração por falta de oportunidades, apesar da crise, e que investimentos como a expansão do porto na ilha do Maio permitem fixar os jovens.
Esses recrutamentos acontecem também pouco tempo depois de o Governo de Portugal ter aprovado um diploma em que os portadores de cartas de condução emitidas em Cabo Verde podem conduzir neste país sem trocar o título, caso não tenham mais de 15 anos desde a emissão ou da última renovação.
A medida abarca todos os cidadãos dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mas o titular deve ter menos de 60 anos de idade.
“Estão dispensadas as trocas de cartas de condução, habilitando-se a condução no território nacional com títulos emitidos naqueles Estados, através do reconhecimento dos títulos de condução estrangeiros”, lê-se no documento publicado no Diário da República de 12 de Julho.
“Portugal tem procurado reforçar os direitos dos cidadãos estrangeiros que se deslocam para o nosso país, quer tratando-se de deslocações temporárias com finalidades turísticas quer tratando-se de deslocações para trabalhar ou investir no nosso país”, explica o decreto-lei, acrescentando que é “essencial simplificar a habilitação para a condução de veículos a motor”, visando garantir a mobilidade em todo o território nacional.
De referir que esta segunda-feira, 12, o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, mais os presidentes das cinco Juntas de Freguesia do concelho, deram um prazo à Alda Todi para garantir carreiras e horários, tendo em conta as múltiplas deficiências registadas no serviço desde 01 de Junho, quando a Alsa Todi assumiu a operação.
O prazo até 16 de Setembro foi dado depois de uma reunião com a administração da empresa responsável pela prestação de serviços de transportes públicos da Carris Metropolitana no concelho, sendo que a 20 de Setembro será realizada uma reunião pública com a população para avaliar se a empresa está a cumprir com as garantias que se comprometeu.
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