O líder da UCID, no Sal, Aldirley Gomes, asseverou hoje que toda a história de municipalismo no País prova que calcetamento não é sinónimo de desenvolvimento, que pavimentação apenas resulta num punhado de empregos precários, com salários em atrasos.
Aldirley Gomes, que coordena o partido da União Cabo-verdiana, Independente e Democrática (UCID), na ilha, fez estas críticas no momento em que se celebra mais um Dia do Município do Sal, e da sua Padroeira, Nossa Senhora das Dores, assinalado a 15 de Setembro.
“O presidente da Câmara Municipal do Sal só consegue falar de cosmética. Pavimentação. Esta tara populista dos sucessivos dirigentes, locais, que nos querem convencer que cosmética e estética é desenvolvimento. Nada mais falso”, comentou, reiterando que a pavimentação apenas resulta num punhado de empregos precários, com “sistemáticos” salários em atrasos.
Por outro lado, acrescenta ainda o dirigente político, “escangalhar” as ruas, por tempo indeterminado e dizer que são frentes de obra, “é outra grande mentira que vem trazendo diversos prejuízos aos cidadãos e negócios, em particular.
“Toda a nossa história de municipalismo prova que calcetamento não é sinónimo de desenvolvimento. As condições de vida na ilha do Sal continuam bem precárias e a um custo elevadíssimo”, acentuou.
Enumerando vários outros problemas, nomeadamente, situação da habitação, turismo, cães vadios, lixo, o património salineiro que continua “ilegalmente” nas mãos de privados, Aldirley Gomes compreende que a Câmara Municipal do Sal, é a autoridade máxima da ilha, daí que toda e qualquer responsabilidade recaem sobre a autarquia, quem, conforme frisou, deve articular em “tempo oportuno” a resolução dos problemas que afligem os salenses.
“A habitação é sistematicamente apontada como a grande prioridade do executivo municipal, paradoxalmente os bairros de lata mais do que duplicaram em 2016, o custo do arrendamento continua dos mais altos do País, e a construção, extremamente cara”, criticou.
Neste particular, entende que a solução apontada “não dignifica” a franja da população que mais tem sofrido pela “falta de vontade política” no sentido de resolver esta questão.
“Lamentavelmente, ainda não há razões objectivas para comemorar o Dia do Município do Sal. Podemos sim comemorar a vida e rezar, rezar muito pela saúde e pedir muita força para enfrentar os desafios que os governantes, claramente, não estão à altura de resolver”, exteriorizou.
Aldirley Gomes, concluiu, referindo, por outro lado, que um exemplo de medida estruturante para a ilha do Sal seria a organização do sistema de transportes rodoviários, pensando na grande franja da população que vive em Espargos e trabalha no sector do turismo em Santa Maria.
“O objectivo da governação é promover o desenvolvimento e o bem-estar dos cidadãos no momento presente. É agora que precisamos estar bem. Tal como estão bem, agora, neste momento, os nossos dirigentes. Nós os cabo-verdianos temos estado a garantir uma boa vida aos governantes e seus partidos políticos”, finalizou em tom de revolta.
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