O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, quer que o Fundo Soberano de Garantia ao Investimento Privado ajude as empresas cabo-verdianas a acederem ao mercado financeiro internacional, quer do plano regional como do mundial.
O governante, que visitou esta terça-feira, 25, a instalação do Fundo Soberano de Garantia ao Investimento Privado (Fundo), fez um balanço “positivo” apesar do fundo obter resultados negativos nos dois primeiros anos de actuação.
“Agora o quadro está a alterar-se, as taxas de juros estão a aumentar, tem a parte negativa, mas também aqui a parte positiva, os recursos são alocados, têm, portanto, resultados que permitiram que o Fundo Soberano tenha tido resultados a volta de dois milhões de euros positivos durante o ano passado”, precisou.
Entretanto assegurou que neste momento o fundo está a cumprir o seu papel, que é emitir garantias para projectos estruturantes, catalisadores e transformadores da economia cabo-verdiana, nos sectores do turismo, economia azul, digital, energética e do sector da água e do saneamento.
Explicou que o fundo já emitiu garantias de 20 milhões de euros para projectos no domínio do turismo, da atracção energética e da energia renovável, nomeadamente do solar, mas a ideia é emitir mais garantias.
Segundo o ministro, existe um envelope de cerca de 500 milhões de euros de projectos pendentes para decisão, mais de 100 milhões de euros de garantias no quadro desses projectos, o Fundo Soberano está a avaliar esses projectos para emitir as garantias.
Por outro lado, é ajudar as empresas cabo-verdianas a acederem aos mercados financeiros internacionais, nomeadamente ao nível da estruturação de projectos, fazendo um link entre as empresas cabo-verdianas e as instituições, quer africanas, quer mundiais, de apoio ao financiamento às empresas em África.
Na mesma linha, quer que o Fundo Soberano seja uma entidade especializada de apoio e de suporte aos empresários e às empresas cabo-verdianas que invistam montantes elevados para provocar a transformação económica africana.
Para o governante, o fundo pode dar um contributo também ao nível da boa governação no sector privado, ou seja, ser uma entidade que possa provocar discussões, reuniões, debates, trazer gente especializada, no sentido de trazer os temas de hoje, candidatos a nível da governação ao nível do sector privado, de modo a ter mais transparência, mais “accountability”, melhor modelo de governança e um controlo mais efectivo dos accionistas.
“Por último, nós queremos que o Fundo Soberano, ele próprio, seja um fundo climático e ambiental, que tem um mandato para emitir garantias apenas para projectos que estejam alinhados em termos de requisitos com a ambição de Cabo Verde em matéria da gestão da acção climática”, apontou.
A ideia, é fazer com que os cabo-verdianos tenham acesso à energia e água a 100% em todas as ilhas de Cabo Verde, para que os projectos privados possam estar alinhados com a eficiência energética, com a poupança de água, de energia, utilização da energia renovável, mas sobretudo com a estratégia para a edificação de uma economia circular, tendo em conta que Cabo Verde quer ser uma economia descarbonizada no ano de 2050.
Comentários