Júlia Silva, a única kitesurfista cabo-verdiana a representar o país no “GKA Kitesurf World Cup Cabo Verde”, prova que conta com o concurso de 12 concorrentes, promete continuar a trabalhar para representar a mulher crioula “de forma condigna”.
A jovem que encontrou o gosto pela prática dos desportos náuticos em casa, já que é filha primogénita do velejador Djô Silva, cresceu ligada ao mar, compete com as maiores velejadoras do mundo.
Aliás, na sua estreia neste “tour” de Ponta Preta, a kitesurfista cabo-verdiana esteve a competir lado a lado com a norte-americana Moona Whyte, campeã do Mundo, e da alemã Sonja Bunte.
Apesar de competir com figuras internacionais de top, Júlia Silva mostrou a sua classe nas ondas e ventos de Ponta Preta, tendo terminado a sua primeira bateria no segundo lugar com 4.86 pontos, suplantada pela norte-americana Moona Whyte, com 10.20 pontos, ao passo que a alemã Sonja Bunte quedou-se para a terceira posição com 0.50 pontos.
À Inforpress, esta jovem promissora, que, apesar da tenra idade já leva quatro anos da prática de modalidade de kite, e apenas um ano na disciplina de “wave” (onda), disse que está a competir com boas expectativas neste circuito, e que está empenhada em “dar o máximo” para melhor representar Cabo Verde.
Relativamente à sua estreia no Tour’2024 e logo ante a campeã do Mundo, Júlia Silva considera que teve um “bom desempenho”, e que a concorrente norte-americana, não obstante toda a sua experiência, nunca deixou de transmitir-lhe os seus ensinamentos, por ser “uma pessoa cool”.
“Sinto-me bem, bastante relaxada, a competir e, ao mesmo tempo, a divertir-me sem pressão. Graças a meu pai que organiza este circuito mundial, tive esta chance de competir, e poder estar entre as melhores”, referiu Júlia Silva, ressalvando que continua a treinar e a competir para despertar o interesse e a atenção de mais mulheres para a prática desta modalidade desportiva.
De resto, clarificou, foi sortuda por ser filha de quem é, já que praticamente desde a tenra idade, treina diariamente com “lendários” da modalidade e campeões do mundo como Mitú Monteiro, o seu próprio pai de entre outros mundialistas nascidos e criados nesta praia de Ponta Preta.
Quanto à praia que acolhe o circuito mundial, Júlia Silva foi peremptória em afirmar que já teve a oportunidade de competir em muitas outras ondas e vários outros países, mas que Ponta Preta é única e que se destaca das demais pelas suas qualidades únicas.
“Quero muito que mais crioulas caiam nestas águas para que possamos ter mais cabo-verdianas nos desportos náuticos, para poder ter mais companhia a exercitar e a fazer kite, porque junto seremos mais fortes”, observou a jovem atleta salense.
A praia de Ponta Preta recebe de 16 a 25 deste mês a primeira etapa do Circuito Mundial do Mundial Kitesurf e do Campeonato do Mundo de Wing-foil, envolvendo os melhores praticantes do planeta, dos quais 15 cabo-verdianos, nas duas modalidades.
A etapa mundial de Ponta Preta conta com o concurso dos melhores velejadores, em representação de Cabo Verde, Brasil, EUA, Portugal, Espanha, Itália, Suíça, Canadá, Hungria, África do Sul, Espanha, Havaí, Marrocos, Austrália, Alemanha, Grécia, Bélgica, de entre outros países.
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