Da ilha que me viu nascer
Da menina, moça e mulher
Peço a Deus que derrama
O alento da brisa sem drama
Que molhe a terra seca e a vista de verde
E que cobre as ilhas com o manto sagrado
Da esperança que brota do coração
Mendigo deste povo que chora lágrimas
Por esta terra despedida de sonhos
Peço
Pelos vales nus
Pelas planícies áridas
Pelas flores secas de vênus
Pelos montes sofridos
Pelas barragens subnutridas
Largadas aos ventos despidas
Aí, como peço
Se o meu pedir é cruel
Como derei do infiel
Que negou beijar
Os lábios da minha terra
Lágrimas já não chegam
Para molhar o chão das ilhas
Que foi deixado pelo povo viajante
Que foram atrás de megalhas
Que brotam nos vales verdejantes
Da Europa e das Américas
Para acalentar sonhos dos que ficaram...
Peço
Pelas flores que murcharam
Pelas espigas que morreram
Pelas fontes que secaram
Pelas noites mal dormida
Pelo choro derramado
E pela terra amargurada
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