I CENA
JOSÉ, TIAGO, SIMÃO JUDAS E JOSEZINHO
Um senhor chamado José, carpinteiro, na casa dos quarenta anos de idade, fala aos filhos, Tiago, Simão, Judas e Josezinho, enquanto faz a barba.
JOSÉ — Meus filhos, eu já estou um pouco velho, viúvo há alguns anos, daqui a nada vocês estarão em vossas casas e eu ficarei aqui sozinho.
TIAGO — Por que é que o pai diz isso?
JOSÉ — Porque é assim a vida. Vocês são hoje meus filhos, mas amanhã serão pais dos vossos filhos… donos das vossas casas e da vossa família.
SIMÃO — Mas não deixaremos de ser seu filho.
JOSEZINHO — E o que é que o pai quer dizer, concretamente?
JOSÉ — Penso em casar-me novamente.
JUDAS — Casar-se novamente?! O senhor acha que alguma mulher estará interessada em casar-se com defunto?
JOSÉ — É por isso que tem que ser o mais rápido possível porque cada dia que passa fico mais velho.
TIAGO — E onde é que o pai pensa que vai encontrar a noiva?
JOSÉ — Não sei. Vou procurando. (Os irmãos entreolham-se uns aos outros e ficam sisudos enquanto o pai vai barbeando. Acaba de barbear, limpa a cara e a navalha, pega na caixa para guardar a navalha, pensa um pouco e arregala os olhos admirado) Maria?!...
JUDAS — Mas Maria pode ser sua neta, pai!
JOSEZINHO — Pai, Maria tem 12 anos e o senhor tem quarenta!
JOSÉ — Bom… mas também, sendo eu velho, casar com uma velha… seriam dois sangues frios.
SIMÃO — Pai?!
JOSÉ — Uma jovem como Maria... desperta num homem uma outra sensação. Faz-lhe fluir sangue nas veias do cabelo às unhas.
TIAGO — Pai, olha que o mundo vai falar…
JOSÉ — Que fale. Se a Maria quiser… eu não me importo.
JOSEZINHO — E se ela recusar?
SIMÃO — Pois. Ela pode pensar: “Eu, uma rapariga nova, para casar com um velho?!”
JOSÉ — Ela vai aceitar sim, senhor. A Maria é uma rapariga especial de facto, mas todas as raparigas têm vontade de se casarem.
JUDAS — Isso é verdade.
JOSÉ — Tenho a certeza que ela vai aceitar a minha proposta de casamento.
SIMÃO — Eu quero ver.
JOSEZINHO — Eu também.
TIAGO — E eu também quero ver.
JUDAS — E eu.
TIAGO — Ela pode até aceitar, mas… não sei se vai acabar bem. Se o pai vai aguentar…
José entra num quarto.
SIMÃO — O que é que deu o nosso pai na cabeça?
JOSEZINHO — Não acredito que esteja à beira da morte!
JUDAS — Ele deve até ter suas razões. Coitado está sozinho… a nossa mãe morreu há já algum tempo…
TIAGO — Mas, casar-se com uma criança?!
JOSÉ (sai bem vestido, bem penteado, com umas sandálias de couro nos pés) — Meus filhos, eu volto já.
TIAGO — O pai vai aonde?
JOSÉ — Vou à missa.
SIMÃO — O pai não foi à missa ontem?
JOSÉ — E o que é que tem? Vou hoje outra vez! Nunca é demais frequentar a casa do senhor.
TIAGO — Mas você vai com segundas intenções. E isso é pecado.
JOSÉ — Pecado é imiscuir-se no assunto dos outros. Meter colher no prato onde não é convidado. (Os filhos riem-se) E tchau.
Sai.
SIMÃO — Boa viagem.
TIAGO — Boa viagem, não; boa sorte.
II CENA
MARIA
Maria, uma donzela de doze anos de idade, sentada numa sala, canta uma suave canção enquanto faz tricô. As tantas, ela adormece e aparece-lhe em sonho o Anjo Gabriel.
GABRIEL (voz off) — “Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo”.
MARIA (responde enquanto dorme) — “Não entendi… não sei o que são essas palavras que da sua boca saíram e nos meus ouvidos penetraram-se”.
GABRIEL (voz off) — “Não tenhas medo, pois, eu explico-te. Deus enviou-me para te anunciar que vais ter um filho, a quem darás o nome de Jesus”.
MARIA — “Como pode ser, se eu ainda não sou casada?”
GABRIEL [V.O.] — “É obra de Deus, o todo-poderoso. O seu filho será rei, e o seu reino não terá fim”.
MARIA — “Como se fará isso, pois eu não conheço varão?”
GABRIEL [V.O.] — “O Espírito Santo descerá sobre ti, a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra, o teu filho será Santo e irá chamar-se Filho de Deus”.
MARIA — “Sou a escrava do Senhor. Faça-se como é a Sua vontade”.
JOSÉ (de fora) – Ó da casa, pode-se entrar? (Maria acorda estremunhada, esfrega os olhos e boceja) Não está ninguém?
MARIA — Está sim, senhor. Quem é?
JOSÉ — Pode-se entrar?
Aparece na porta.
MARIA – Entre, entre, senhor José.
JOSÉ – Menina Maria, querida. Estás sozinha?
MARIA – Estou sozinha, sim, senhor. O meu pai não está em casa.
JOSÉ – Não te importes que esteja aqui um pouco contigo, ou preferes que me vá embora?
MARIA – Quem decide se vai ou se fica, é o senhor. Faça como entender.
JOSÉ – Obrigado minha filhinha querida. Benedita seja a boquinha que diz essas belas palavrinhas.
MARIA – Julgo que veio para se encontrar com o meu pai.
JOSÉ – Não, minha pombinha, não minha esperança. Não foi por causa do teu pai que eu vim, foi por causa da nina.
MARIA – E quem é essa nina?
JOSÉ – Ah, sua velhaca! Ah ladrona do meu coração! Sabe a menina que agonizo… que morro por ti?
Estende-lhe a mão.
MARIA (fica sem jeito, quase que gagueja à procura de algo para dizer) — Dê-me bênção, senhor José. Desculpe-me não tê-lo feito antes.
JOSÉ (transtornado e com os olhos arregalados) — Não me peça bênção por amor de Deus. Estendi-te a minha mão para somarmos os nossos cinco e tirarmos proveito dos dez! Sou viúvo… livre como tu.
MARIA (estupefacta) — Como, senhor José?
JOSÉ (segura-a por uma mão e fá-la aproximar-se dele e bate-lhe levezinho no ombro com a outra mão) – Quero que cases comigo e, quero a tua resposta já e positiva, porque o casamento será daqui a pouco tempo.
MARIA — O quê, senhor José?
JOSÉ – O que a menina ouviu. Como vês, já não sou um rapazotinho… quero ser claro, franco e honesto contigo. (Maria vira a cara para o lado e olha para o chão) Ó Mariazinha!… Por que esta vergonha? Por que este embaraço? Para quê tanto pensar?
MARIA — Mas, eu ainda sou tão nova…
JOSÉ – A Maria nunca namorou?
MARIA – Nunca.
JOSÉ – Mas sabe como é que se namora?
MARIA – Não, para dizer a verdade, não sei.
JOSÉ – Mas eu ensino-te, Mariazinha. Eu ensino-te.
MARIA – E não acha ridículo a nossa diferença de idade?
JOSÉ – O amor não respeita a idade. Há que ter compaixão tanto dos jovens como dos velhos que se apaixonam. Tu dás-me o teu sangue novo, a frescura da tua juventude… eu, dou-te o meu carinho e a experiência de uma pessoa que já viveu bastante.
MARIA — Então, você dê-me um tempo… tenho que falar com os meus pais.
JOSÉ — Por favor, querida Maria, não me trata por “você”. Trata-me como eu te trato. Somos duas pessoas livres… diria até solteiras. Pois, tu o és e eu sou viúvo, o que significa a mesma coisa. Também, apesar que te dou todo o tempo do mundo, para quê dizer, primeiro, aos teus pais?
MARIA — Eles têm que saber… têm que consentir.
JOSÉ — Maria, tu és a única dona dos teus sentimentos, responsável pelas tuas decisões… guia dos teus destinos.
MARIA — Peço desculpa, José! É verdade que qualquer mulher adora casamento, mas eu ainda sou nova… tenho esperança que se eu esperar… a minha sorte há-de chegar.
JOSÉ — Mas, o seguro é nos bolsos, Maria. O futuro não está nas mãos dos velhos nem dos novos. Está no encontrar e no querer aceitar. É um desígnio da divindade e, devemos construi-lo logo na primeira oportunidade.
MARIA — Eu não sei, José! Estou confusa.
Um raio de luz aparece-lhe sobre a cabeça, ela ouve a voz do Anjo Gabriel.
GABRIEL [V.O.] — “Seja feita a vontade de Deus.”
JOSÉ — Fazes questão de eu ir falar com os teus pais?
MARIA — José, se viver contigo é como tu disseste… então aceito e, a partir de agora sou tua, mesmo contra a vontade dos meus pais.
José dá um jato de contentamento e abraçam-se sorridentes.
JOSÉ — Se achaste a minha conversa bonita, feliz, então, será viveres ao meu lado.
MARIA — Obrigada.
JOSÉ (tira do bolso um lenço de mão, desdobra e tira um rebuçado e entrega a Maria) — Toma a prova do meu amor.
MARIA (recebe o rebuçado e fica sem jeito. Mete-o no seio, corta um fio do seu cabelo e entrega ao José) — Não tenho coisa melhor para te oferecer.
José fica mudo e igualmente sem jeito.
III CENA
JOSÉ, TIAGO, SIMÃO, JUDAS E JOSEZINHO
Os filhos estão sentados na sala quando o pai entra todo contente, esfregando as mãos de satisfação.
TIAGO — Olá, pai!
JOSEZINHO — Todo contente desta maneira!…
SIMÃO — Qual é a notícia que o pai nos traz?
JOSÉ (esfrega mais as mãos, limpa a garganta e dá um sorriso) — A Maria está-me… (bate com a mão direita na garganta) aqui… no papo.
JUDAS — O quê, pai?
JOSÉ — E o casamento vai ser dentro em breve.
JOSEZINHO — O pai não reparou que já está um pouco maduro para essas coisas?
JOSÉ — O importante é que entre nós existe um “gostozinho,” que na vossa idade se chama paixão.
SIMÃO — Olha de quê o pai se fala! “Gostozinho que se chama paixão!”
TIAGO — O homem já virou até filósofo!
JOSÉ — Vocês podem gozar a vontade. Só sei que estou louquinho por ela e ela maluquinha por mim.
JUDAS — Ela não deve estar só maluquinha. Deve estar também “idiotinha”.
José entra no quarto contente e os filhos ficam a conversar sobre o assunto.
TIAGO — O pai deve estar a falar a sério?
JOSEZINHO — Eu também faço a mesma pergunta.
SIMÃO — Vamos perguntar-lhe se pudemos ir visitar a noiva dele.
JOSÉ (entra na sala de repente) — Com certeza. Para a semana a gente vai lá e vocês irão tirar a prova dos nove, ou melhor… dos dezanove.
IV CENA
JOSÈ
José soube que Maria está grávida e, como ainda não é marido dela, acha que já não deve casar-se. Fica revoltado com a situação. Deita e fica a cogitar-se entre insónia e desespero.
JOSÉ — Como é possível? Eu apenas falei com ela, mas nunca lhe toquei! Que vergonha! Os meus filhos tinham razão… (fecha os olhos e sonha que um Anjo lhe diz) “José, filho de David, não deixes de aceitar Maria. O filho que ela traz no ventre é o Filho de Deus. Chamar-se-á Jesus porque vai salvar o povo dos seus pecados”. (Desperta-se do sono por um momento) O quê? O que é que eu ouvi? (Volta a fechar os olhos e novamente ouve a mesma voz) “Não tenhas medo de trazer para casa Maria, tua esposa, pois aquilo que tem sido gerado nela é por obra do Espírito Santo. (Acorda de novo, levanta e senta-se em cima da cama, faz o sinal da cruz e reza uma oração baixinho) Vou buscar Maria e trago-a para minha casa. Obedecerei ao meu Senhor. Prometo-me tratá-la muito bem, assim como o filho que dela também irá nascer.
V CENA
JOSÉ E MARIA
Maria está em avançado estado de gravidez.
MARIA — Maria, como sabes, faltam poucos dias para terminar o prazo dado pelo Imperador César para o recenseamento da população.
MARIA — Mas eu não tenho idade ainda para me recensear.
JOSÉ — Mas eu tenho de me recensear. Temos de nos deslocar à Palestina, terra dos meus ascendentes, onde eu devo recensear-me.
VI CENA
REI HERODES, BELCHIOR, GASPAR E BALTASAR
Os três Magos estão no Palácio do Rei Herodes que lhes tenta explorar sobre o nascimento do menino. Belchior é um velho de 70 anos, de cabelos e barbas brancos; Gaspar é um moço robusto, de 20 anos de idade e, Baltasar, de barba cerrada, tem 40 anos de idade.
HERODES — Pois então, meus amigos, vocês vieram de muito longe?
OS TRÊS (ao mesmo tempo) — Das distantes terras montanhosas e agrestes do grandioso Oriente.
HERODES — Concretamente?
BELCHIOR — Sou o mago dos Caldeus e da grande cidade de Ur na longínqua Mesopotâmia, cercada pelas águas de Tigre e Eufrates, terra natal de Abraão, patriarca dos hebreus. E chamo-me Belchior.
HERODES — Belchior… representante da raça branca europeia e que significa o “Meu Rei é Luz”. (Belchior abana positivamente com a cabeça) E o nosso jovem, veio de onde e como se chama?
GASPAR — Sou Gaspar, o mago que representa a raça amarela ou asiática, descendente de Sem.
HERODES (para Baltasar) — E o amigo?
BALTASAR — Represento a raça negra africana e sou descendente de Cam. Chamo-me Baltasar.
HERODES — Quer dizer que os descendentes de Noé estão unidos, representando as três raças existentes: as semitas, as jafetitas e as camitas! E aonde vão?
BELCHIOR — Vamos cumprir aquilo que há muito foi anunciado.
HERODES — Cumprir aquilo que há muito foi anunciado? O quê?
GASPAR — O rei de todos os reis acabou de nascer em Belém.
BALTASAR — Aquele a quem, não há representante dos tronos, ou senhores da Terra, que não se curvarão perante ele, reconhecendo a sua divina realeza.
HERODES — Meus amigos, como podem imaginar, sinto orgulho por esta notícia, na qualidade de rei da Judeia. (Levanta-se e vai buscar um jarro de vinho e quatro cálices) Brindemo-la, pois, com o sabor deste puro vinho. (Serve a todos e depois de um “a nossa” ou “para que as nossas mulheres não fiquem viúvas” sorvem lentamente o sumo da uva) Eu bem podia ir juntamente convosco visitar e adorar o rei dos reis, mas… peço-vos um favor: (Todos se olham atentamente para ele) Reparem bem pelo caminho e, quando voltarem, dão-me as coordenadas que eu vá lá visitá-lo também.
GASPAR — Com certeza.
Belchior pousa o cálice vazio em cima da mesa e levanta-se. E os outros seguem-no.
BELCHIOR — Agora, permita-nos retirar se faz favor, porque ainda temos alguns palmos de caminho a percorrer.
HERODES — Sim, senhores. (Liberta um sorriso mordaz) Não se esqueçam do pedido que vos fiz. Voltem para cá para me dizerem onde é que o menino se encontra para eu ir cumprir a minha parte. (Os magos saem calados e o Herodes fica fulo) Isso é que faltava! Rei dos reis?! Mandar em mim?! Nem pensar! Jamais admitirei que alguém fosse proclamado Rei de uma província sob o meu domínio. Já lhe vou mostrar onde é que ele irá ser rei. Vou esperar até que esses magos regressem e envio os meus homens para lhe levar lindas prendas.
VII CENA
OS TRÊS MAGOS, MARIA, JOSÉ E JESUS
Os magos ajoelham-se e adoram o menino.
BELCHIOR (coloca Ouro no berço do menino) — Este punhado de Ouro que lhe ofereço representa a Sua nobreza;
GASPAR (coloca Incenso) — Este Incenso que lhe ofereço representa a sua gloriosa divindade;
BALTASAR (coloca Mirra) — A Mirra que lhe ofereço, esta amarga erva que agora lhe pertence, simboliza o sofrimento que enfrentará na Terra, enquanto homem e salvador da Humanidade.
BELCHIOR (para José e Maria) — Estas homenagens que acabamos de render ao menino Jesus, o Ouro confere-lhe o reconhecimento da realeza, da riqueza e do poder na Terra; o Incenso confere-lhe o poder altíssimo, o sacerdócio e o reconhecimento da divindade; e a Mirra confere-lhe o poder como homem sofredor na Terra, o reconhecimento da humanidade.
José e Maria ajoelham-se aos pés dos magos que despedem-se.
GASPAR — Bem-aventurada sejas tu, mãe puríssima!
MARIA (para Maria) — Que a graça do altíssimo valide esta prece.
GASPAR (para José) — Que a bênção do Senhor lhe faça esplendoroso.
JOSÉ — Amem, meu sábio senhor.
BALTASAR (para a Maria) — Mestra de fé!
MARIA — Eis aqui a escrava do Senhor.
BALTASAR — No nascimento de seu Filho contempla as grandezas de Deus na Terra;
MARIA — Faça-se em mim segundo as palavras dele.
GABRIEL [V.O.] — Baltasar, Belchior e Gaspar, aquele homem com quem lancharam na vinda é um déspota, um tirano e uma desalmada criatura. Ele está a vossa espera para saber da localização do menino e mandá-lo matar. (Os magos olham-se uns aos outros versatilmente) Desviem o caminho por onde vieram e sigam um outro itinerário.
Olham em direção a José, Maria e o menino e depois saem calados.
VIII CENA
JOSÉ, MARIA O MENINO
É de noite. José, Maria e o menino dormem sobre um monte de palha. Em sonho o Anjo Gabriel fala-lhe.
GABRIEL [V.O.] — «Levanta-te, toma o Menino e sua mãe, foge para o Egipto, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar. Ele já ordenou a matança de todas as crianças de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo. E os seus carrascos são implacáveis».
JOSÉ (aproxima-se da Maria nas pontas dos pés, toca-lhe ao de leve no ombro e chama-a suavemente) — Maria!
MARIA — O que foi, José?
JOSÉ — Temos que fugir! O rei Herodes quer matar o nosso menino!
A Maria levanta atrapalhada, arruma umas coisinhas, agarra o menino e coloca-o ao colo. O José acende uma lanterna, segura a Maria por uma mão e fogem na calada da noite.
Hoje é Natal
O dia está sem sol
Traga ao Menino um lençol
Que não nasceu num hospital.
Esta madrugada entre agrura
Nasceu numa manjedoura
Com uma graça sedutora
Aquele que a humanidade adora.
A caminho de Jerusalém
Guiados por uma estrela do além
Os Magos estiveram com alguém
Que como amigo não tinha ninguém.
Vieram lá do grande Oriente
Cada qual com o seu presente
Mirra, Incenso e Ouro brilhante
E o Menino ficou contente.
Mas o Herodes muito zangado
Deu ordem ao seu soldado
Que pegasse num machado
Pois, queria o menino decapitado.
Comentários