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Germano Almeida vai ter silhueta afixada no Mindelo
Cultura

Germano Almeida vai ter silhueta afixada no Mindelo

O escritor e prémio Camões Germano Almeida vai ter uma silhueta afixada numa das ruas do Mindelo, ilha de São Vicente, no âmbito de uma homenagem a decorrer na cidade onde vive e que é retratada em várias das suas obras.

A silhueta vai ser descerrada em 22 de novembro, na próxima quarta-feira, em local designado pelo município, na zona da Laginha, a pedido do autor, explicou à Lusa fonte do ministério da Cultura e Indústrias Criativas de Cabo Verde.

A silhueta tem o mesmo desenho daquela com que Germano Almeida foi homenageado durante a edição de 2021 do festival literário Escritaria, que decorre anualmente em Penafiel, acrescentando a figura de novos escritores a espaços públicos da cidade.

A homenagem que vai decorrer no Mindelo é uma extensão desse festival literário e inclui um programa com a presença do escritor.

A sessão de arranque está marcada para dia 21, terça-feira, no Centro Cultural do Mindelo, com a “Conversa em torno da Escritaria”, seguindo-se a abertura da “Feira do Livro – Especial Germano Almeida” e o lançamento do seu mais recente livro, “Infortúnios de um Governador nos Trópicos”.

Trata-se do segundo romance histórico do autor e que foi apresentado no dia 31 de outubro, no Centro Cultural de Cabo Verde, em Lisboa, resgatando um caso de adultério passado no início do século XIX, na então colónia de Cabo Verde do regime português. 

No centro da história está João da Mata de Chapuzet, governador de Cabo Verde, que se “atreveu a vender a urzela [fungo costeiro, valioso para tinturaria] que era [monopólio] do rei, para sustentar o povo cabo-verdiano”, descreveu Germano Almeida à Lusa, numa antevisão do livro. 

“Era um homem bom para nós, no entanto, quando descobriu que a mulher lhe estava a ser infiel” com um cirurgião, “perdeu a cabeça. Este é que é o lado bem interessante - o homem diante de uma coisa destas não hesitou em mandar o médico para o local onde ia morrer", em Cacheu, na Guiné-Bissau.

Germano Almeida, distinguido em 2018 com o Prémio Camões, nasceu na ilha da Boa Vista, em Cabo Verde, em 1945.

Licenciado em Direito, pela Universidade de Lisboa, vive na ilha de São Vicente onde, desde 1979, exerce a profissão de advogado.

Literariamente, iniciou-se com a publicação de "estórias" na revista Ponto & Vírgula, assinadas com o pseudónimo de Romualdo Cruz, que foram editadas em 1994, com o título "A Ilha Fantástica".

O seu primeiro romance, "O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo", foi publicado em 1989, marcando uma viragem relativamente aos tradicionais temas cabo-verdianos. 

Desde então publicou 19 títulos, incluindo obras centradas no Mindelo, onde também vai passar a estar a sua silhueta.

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