Somada a contestação interna à generalizada contestação social ao governo, Ulisses Correia e Silva passa o seu pior momento desde que chegou à presidência do MpD e, nos bastidores, potenciais sucessores (que sempre andaram com ele ao colo) já afiam navalhas para, no momento oportuno, esfaquear pelas costas o chefe caído em desgraça. Ulisses vive dias cinzentos, já não lidera nada. Perdeu o partido e está à beira de perder o país!
No último sábado, Ulisses Correia e Silva já havia sentido o sabor da derrota. A apresentação da candidatura do MpD à Câmara Municipal da Praia foi um enorme fiasco.
Dias depois, na ilha do Fogo, o ainda primeiro-ministro somou mais duas derrotas na apresentação dos candidatos em São Filipe e nos Mosteiros. Mesmo em Santa Catarina (onde o MpD ainda é poder), a afluência de militantes ficou muito aquém do que era costume.
Há um traço comum em todas as deslocações de Ulisses e de outros altos dirigentes ventoinha pelas ilhas: comparativamente a um passado muito recente, os militantes minguaram e o partido está muito longe das mobilizações do passado.
O que é que isto significa?
A verdade é que esta liderança do MpD já não consegue mobilizar a militância e, no governo, já não mobiliza o País. O partido e o governo entraram, definitivamente, na fase da conversa fiada e, como nunca antes, desde 2016, verifica-se uma grande rejeição da sociedade, o que tem influído no afastamento da militância e da base de apoio ventoinha.
Ulisses entrou no corredor estreito do fim da linha e o seu futuro político será traçado em 01 de dezembro. E se, como tudo indica, as perceções estiverem corretas, o partido e o seu presidente, pela primeira vez na história das eleições autárquicas, somarão uma grande derrota política e aritmética.
O princípio da queda começou nas eleições internas
Não habituado a ser contestado, convivendo mal com opiniões diferentes e a crítica política, no passado ano - e pela primeira vez -, Ulisses viu contestada de forma muito expressiva a sua liderança e confrontado nas urnas pelo deputado Orlando Dias.
Vendo em risco um resultado favorável nas eleições internas de abril, a máquina foi toda mobilizada para ajudar o chefe, utilizando recursos do partido e eventualmente do Estado para alcançar o objetivo.
Inclusive há relatos de que o aparelho promoveu o descarregamento generalizado de votos, mas, mesmo assim, Orlando Dias, sem uma estrutura nacional e socorrendo-se de recursos próprios, conseguiu o extraordinário feito de ficar próximo dos 10 por cento dos votos. Imagine-se o que seria sem a trafulhice…
A partir daí, generalizou-se a contestação interna, mais recentemente ampliada pelas escolhas autocráticas de Ulisses para as eleições autárquicas deste ano.
Somada a contestação interna à generalizada contestação social ao governo, Ulisses Correia e Silva passa o seu pior momento desde que chegou à presidência do MpD e, nos bastidores, potenciais sucessores (que sempre andaram com ele ao colo) já afiam navalhas para, no momento oportuno, esfaquear pelas costas o chefe caído em desgraça.
Ulisses vive dias cinzentos, já não lidera nada. Perdeu o partido e está à beira de perder o país!
Comentários
Manuel Graciano Moreno Rocha, 25 de Out de 2024
Bom, desse jeito, realmente, Ulisses não tem como safar-se.
Os problemas nos sectores dos Transportes (aéreos e marítimos); da Educação e nos da Saúde serão as principais pedras nos sapatos do líder ventoinha.
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Casimiro centeio, 24 de Out de 2024
Ainda não vimos nada, Caro Amigo. Alguém há de sair á rua só em fralda.
Quem trai os seus próprios eleitores é considerado um traidor ordinário ou um ente desprezível. Não merece a confiança dos honestos. A confiança é como uma borracha, fica-se cada vez menor á medida de cada erro grosseiro.
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