Sufocar a Liberdade de Imprensa: Uma Estratégia Suicida do MpD
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Sufocar a Liberdade de Imprensa: Uma Estratégia Suicida do MpD

A postura do MpD, ao atacar jornalistas como Carlos Santos e intervir diretamente em programas de televisão e radio, expõe um partido que perdeu o compromisso com os valores democráticos que outrora defendia. A liberdade de imprensa e a pluralidade de opiniões não são concessões do poder; são direitos fundamentais conquistados com luta e que devem ser preservados a todo custo. Se Cabo Verde deseja manter-se como um exemplo de democracia no continente africano, é imperativo que os cidadãos e as instituições se unam contra qualquer tentativa de silenciamento e autoritarismo. Porque, como bem disse Thomas Jefferson: “Quando a imprensa é livre e todo homem é capaz de ler, tudo está salvo.”

Nos anos 90, o MpD liderou a transição democrática em Cabo Verde com promessas de liberdade e justiça. Era o partido da esperança, que se apresentava como alternativa à opressão e ao monopólio do poder. Hoje, o mesmo MpD parece refém de seus próprios fantasmas, incapaz de lidar com críticas e debatendo-se contra quem ousa apontar suas falhas. O ataque ao jornalista Carlos Santos não é um caso isolado; é parte de uma estratégia mais ampla de intimidação, cujo objetivo é calar vozes dissonantes.  Ao acusar Carlos Santos de “falta de isenção” e de conduzir o programa com parcialidade, o MpD demonstra uma perigosa falta de entendimento sobre o papel do jornalismo em uma democracia. A imprensa não existe para bajular governos ou perpetuar narrativas convenientes. Pelo contrário, seu papel é investigar, questionar e, quando necessário, confrontar os poderosos. A crítica, por mais dura que seja, é um sinal de saúde democrática, não de inimigos internos.

Um Secretário Violento e Perigoso para a Democracia

Em um dos paradoxos mais gritantes da política contemporânea cabo-verdiana, o Movimento para a Democracia (MpD) atraves do seu novo"Secretarius", que outrora se erguera como guardião dos valores democráticos e da liberdade de expressão, agora parece sucumbir a uma narrativa autoritária que ameaça a própria essência da democracia que ajudou a construir. O recente ataque ao jornalista Carlos Santos, da Rádio de Cabo Verde (RCV), é um sintoma evidente de um partido em crise, que, incapaz de lidar com críticas legítimas, tenta silenciar vozes dissonantes por meio de estratégias de intimidação e manipulação discursiva. Esse comportamento não é apenas um retrocesso histórico, mas uma afronta direta às conquistas democráticas que definem a identidade de Cabo Verde como nação. A denúncia feita pelo MpD, sob o pretexto de “responsabilidade e isenção”, demonstra um preocupante esvaziamento moral de um partido que, ao longo de décadas, se apresentara como defensor intransigente dos direitos fundamentais.

O Ataque à Imprensa Livre

As acusações do MpD contra Carlos Santos são tão fracas quanto infundadas. Alega o secretario que o jornalista utiliza o espaço para "atacar o Governo e o MpD" e que sua atuação é marcada pela "falta de rigor". Aparentemente, convidar vozes divergentes para debater no “Café Central” constitui, aos olhos do MpD, um crime. Para um partido que tanto se orgulha de ter lutado pelo pluralismo e pela diversidade de opiniões, essa postura revela-se não apenas hipócrita, mas uma afronta à memória coletiva de uma nação que pagou um alto preço pela democracia.  A liberdade de imprensa, conquistada com suor e sacrifício, não é um favor concedido por governantes de turno. É um direito inalienável, garantido pela Constituição e essencial ao funcionamento de qualquer democracia. Ao tentar silenciar uma voz crítica, o MpD ameaça não apenas a imprensa, mas a própria essência da República. A liberdade de expressão não é algo que possa ser moldado aos caprichos de quem ocupa o poder.

A postura do MpD, ao atacar jornalistas como Carlos Santos e intervir diretamente em programas de televisão e radio, expõe um partido que perdeu o compromisso com os valores democráticos que outrora defendia. A liberdade de imprensa e a pluralidade de opiniões não são concessões do poder; são direitos fundamentais conquistados com luta e que devem ser preservados a todo custo. Se Cabo Verde deseja manter-se como um exemplo de democracia no continente africano, é imperativo que os cidadãos e as instituições se unam contra qualquer tentativa de silenciamento e autoritarismo. Porque, como bem disse Thomas Jefferson: “Quando a imprensa é livre e todo homem é capaz de ler, tudo está salvo.”

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Comentários

  • Casimiro centeio, 16 de Jan de 2025

    Ulisses e o seu desgoverno fazem de tudo para manipular tudo.Procuram tentacular tudo com os seus apêndices perversos .
    A manipulação é síndrome da ditadura e do fascismo.Escolhê-la como filosofia política para a governação é como escolher a IMOBILIDADE como meio de transporte ou uma PADIOLA para o transporte de um cadáver á sepultura. Por isso, Ulisses pretende remodelar o seu governo, cuja intenção é REVIGORAR a sua miserável manipulação.

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  • Casimiro centeio, 16 de Jan de 2025

    Ulisses e o seu desgoverno fazem de tudo para manipular tudo.Procuram tentacular tudo com os seus apêndices perversos.
    A manipulação é síndrome da ditadura e do fascismo. Escolhê-la como filosofia política para a governação é como escolher a mobilidade como meio de transporte ou uma padiola para o transporte de um cadáver á sepultura.Por isso, Ulisses quer remodelar o seu governo, cuja intenção é vigorar a sua diabólica manipulação política.

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  • pedro amado, 16 de Jan de 2025

    não é novidade para ninguém que a nossa televizão é manipulada pelo governo do mpd. Atacv de cabo verde nasua peça de retrospetiva do ano que findou,apresentou os acontecimentos mais importante que acnteceu,deixando pa trás a celebreçao do centinario do nosso Cabral.Esquicinemto,pedrgunto?.

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