Colunista

Nas entranhas do MpD, o cenário político se transformou em um intricado tabuleiro de xadrez, onde as peças são movidas com astúcia e dissimulação. Antigamente, os corredores do partido ecoavam com a efervescência das eleições internas, um palco onde as ambições se entrelaçavam em uma dança de poder. Contudo, os tempos mudaram, e agora uma atmosfera de medo e intimidação se sobrepõe ao antigo fervor.

Por detrás das cortinas, as manhosas movimentações de bastidores desenham uma narrativa sombria. Como gongons dançantes, figuras ocultas tecem seus enredos, manipulando os fios do destino partidário. O GAPE, como uma serpente sorrateira, se insinua pelas frestas do poder, urdindo tramas para dificultar a vida dos candidatos incômodos. Enquanto isso, o secretário-geral, em seu jogo obscuro, retém as cartas-chave, atrasando a distribuição dos cadernos eleitorais e lançando dúvidas sobre a legitimidade dos outros concorrentes.

É como se uma névoa de desconfiança pairasse sobre os corações dos militantes, congelando suas ambições e sufocando seus anseios. Nesse clima de opressão, até mesmo os mais destemidos hesitam em desafiar a ordem estabelecida pelos Correias CEO’s do MpD.

O caso “Toty Coia” para a Praia é emblemático desse novo paradigma. Envolve um intricado e emaranhado de relações e interesses, onde a lealdade pessoal parece pesar mais do que a competência ou a visão política. Apesar de ser considerado um bom homem, segundo consta, Toty está sendo utilizado como exemplo para os demais militantes internos, uma peça no jogo de demonstração de que na politica amor com amor se paga. Uma figura aparentemente periférica neste intricado cenário político, se revela uma peça fundamental nas movimentações urdidas nos bastidores do governo para Praia. Sua função? Facilitar os planos para um possível investimento substancial, destinado a salvar a imagem de Ulisses e impedir que a Praia assuma um papel preponderante nas próximas eleições. Toty, com sua persona discreta e suposta lealdade inquestionável, é a escolha ideal para esse papel. Sua presença silenciosa é suficiente; a intenção é usar sua imagem como fachada, enquanto nos bastidores se prepara uma maquina de aniquilar o adversário.  

Nesse submundo de maquinações e conchavos, até mesmo os mais destemidos hesitam em desafiar a ordem estabelecida, temendo as represálias e perseguições políticas que podem advir de seus atos. Como atores em um teatro sombrio, os militantes do MpD são constantemente lembrados de que devem seguir as regras não escritas do jogo político, ou enfrentar as consequências de sua ousadia. Só assim se justifica a propalada lista única para a Praia.

Assim, por detrás das cortinas, onde as sombras se alongam e os segredos se ocultam, desenrola-se um drama político de proporções épicas, onde o destino do MpD é forjado em um fogo de intrigas e ambições desmedidas. E enquanto as cortinas se fecham sobre esse cenário de trevas, resta aos militantes do partido questionarem-se: serão eles os mestres de seu próprio destino, ou meros joguetes nas mãos dos Correias.

Cândido Rodrigues

Licenciado em Psicologia e Mestre em Servicos Sociais

Dartmouth, Massachusetts