Colunista

A identidade profissional é um dos atributos mais importantes que deve ser preservada e inegociável. Quase sempre agimos com subserviência e atitude de bajulação perante os nossos superiores hierarquicos. Claramente essa atitude não nos leva a lugar nenhum, pelo contrário já perdemos sem nos darmos conta disso.

A subserviência acompanhada de bajulação é o pensamento que mais se instala no seio profissional. Existem líderes ou chefes que instalam subtilmente esse comportamento. Líderes menos experientes recorrem a este frágil artifício como forma de passar a ideia de "bonzinhos" e com alguma motivação positiva. A grande questão é saber qual deverá ser a posição de um colaborador diante do seu superior hierárquico sem perder a sua identidade profissional.

A relação entre colaboradores e líderes nem sempre é marcada pela cordialidade e espírito construtivo. Já sabemos que os principais motivos que levam um profissional a deixar sua função tem a ver com a relação com o chefe ou líder. Esse aspecto deve ser refletido com responsabilidade e alto sentido de análise. Líderes despreparados não são bons em promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo. São inseguros e por vezes assumem posições menos positivas, contribuindo em grande medida pelo desgaste e desistência dos colaboradores. Temos vários relatos de profissionais que decidiram por outras vias por causa da relação difícil com o chefe ou líder.

Quais são os princípios que devem nortear a relação entre um líder e um colaborador? Antes de mais, um colaborador nunca deve perder a sua identidade. Não deve aceitar situações que ferem a sua dignidade. A postura de um profissional deve ser ético e fundamentamente firme. Está claro que devemos fazer a diferença entre dureza e firmeza. Dureza tem a ver com postura inapropriada. Discussão, confrontação que refletem falta de respeito. Firmeza tem a ver com carácter, capacidade de ouvir e ficar em silêncio muitas vezes, falar no momento certo e oportuno, manter a sua palavra até ao fim. Não permitir nenhum tipo de "jogo" ou manipulação. Jamais agir com subserviência, mas ser firme nos seus princípios e valores. Um aspecto importante que um colaborador deve se cuidar: nunca fazer "grupinhos" para destruir o seu chefe ou líder. Isso seria um caminho arriscado e altamente perigoso.

Um profissional deve ser ético. Uma outra questão importante: um profissional jamais deve falar mal do seu líder pelas costas. Deve ter uma postura de sinceridade e honestidade. Sublinho, a sinceridade e honestidade são dois dos mais caros princípios da relação entre um líder e um colaborador. Ainda nesta mesma linha, o carácter de um profissional não deve se sucumbir em função das atitudes inapropriadas do chefe ou líder. Um exímio profissional deve ser irrepreensível, sem mácula, disposto a dar e fazer o seu melhor. A responsabilidade deve marcar a postura de um colaborador. Cumprindo minuciosamente as suas tarefas, com isso  desenvolverá uma crença profissional positiva e terá tarde ou cedo resultados positivos. O que torna um colaborador irrefutável e imprescindível é justamente a sua postura ético e seu carácter intocável. Assim sendo, terá caminho aberto e acessível para grandes ganhos. Uma coisa que um profissional deve a todo custo evitar, é a discussão com o seu líder ou chefe. Quando isso acontece, o profissional já perdeu toda a sua capacidade de reivindicar com nobreza e legitimidade. Com isso, pretendemos dizer, que a legitimidade tem a ver com postura ético. Quando um colaborador se posiciona com alto sentido ético terá condição para reivindicar e requerer mudanças necessárias. Duas bases fundamentais: posicionamento e autoridade. Esses dois elementos conferem ao profissional legitimidade e respeito da parte do seu líder ou chefe. E não haverá espaço para o líder criar situações de "manobras" pessoais ou profissionais.