No momento em que se comemora o X Aniversário da Cidade Velha Património Mundial e se ativa a II Edição Viagem pela História, reconstituindo a Invasão do Corsário Jacques Cassard, retomo parte das propostas que formulei para o desenvolvimento da Cidade Velha, há alguns anos atrás.
Na altura, a Cidade Velha estava a braços com o dossier de candidatura para o estatuto atual pelo que o artigo foi elaborado com o intuito de enriquecer a base de desenvolvimento no pós-património mundial augurando o desenvolvimento integral e prosperidade á cidade velha e sua gente.
Um dos pilares das propostas foi a de o executivo da câmara de então (já estava lá o atual edil) submeter ás autoridades inglesas e francesas um quadro argumentativo para assistência a um programa de reconstrução da Cidade Velha, visando equipar esta urbe histórica com capacitação de recursos humanos (centro técnico multi-disciplinar), instalação de atividades de rendimento ligadas ás pescas (cooperativas, embarcações e pessoas capacitadas de operação e gerência), agricultura (alargamento de áreas e equipamento de equipamentos modernos de rega com dinamização de mais água, renovação e introdução de mais espécies fruteiras/hortícolas), turismo (capacitação pessoal nas áreas de artesanato e exploração de unidades turísticas, teleférico panorâmico para percorrer o longo e belo vale da Cidade Velha, estrada de penetração ao vale até Águas Verdes a partir da Rua Calhau com carroças movidas a cavalos por cavalos, mulas e/ou burros locais, com stops em quiosque de vendas de itens de culinária, frutas, bebidas e artesanato locais, e melhorias dos acessos ao vale a parir de Salineiro e Calbiceira, melhoria de acesso a todos o locais turísticos e capacitação de animadores/acompanhantes turísticos, etc) e algumas infraestruturas básicas como um porto de pesca, a ponte de ligação da Rua Calhau ao São Braz, a tal estrutura politécnica e de saúde etc). A proposta se assenta no facto de boa parte das condições referidas acima se descontinuaram na sequencia dos duros golpes de destruição da cidade a favor da França e Ingraterra perpetuados por corsárias das coroas inglesa e francesa e que ditaram o fim do crescimento e desenvolvimento do então entreposto do shipping internacional e a sua decadência permanente até décadas contemporâneas.
Não seria uma exigência vis a vis destruição da cidade Velha (os danos começaram pela Praia donde o golpe fatal terá penetrado e partido) por corsários que atuavam a serviço das respetivas coroas, mas sim a criação de condições compensatórias para o desenvolvimento de uma urbe que foi literalmente destruída pelos ataques sistemáticos dos corsários Francis Drake e Jacqes Cassard e que jamais recuperou o então de desenvolvimento tendo sido destruída como cidade até recentes anos.
Por conseguinte, proponho ás atuais autoridades cabo-verdianas (penso especialmente no Sr Ministro Luís Felipe, O Sr Vice Primeiro Ministro, o Sr Ministro Elísio e, naturalmente, no Sr Presidente da Câmara de Rib Gde de Santiago) que submetam tal proposta, sendo certo que essas autoridades de Londres e Paris reagirão positivamente para participarem, compensatoriamente, num programa de recuperação do nível de desenvolvimento para o qual a magnifica Cidade Velha de então se encaminhava aceleradamente.
Peço que desta vez esta proposta seja considerada com humildade e seriedade pois ela está sendo sugerida por mim com esses sentimentos e contando com enormíssima aceitação por cidadãos/individualidades com os quais discuti a tese.
Boa sorte, a Cidade Velha merece.
Feito aos 25 dias de Junho de 2019
José Jorge Costa Pina
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