A saúde mental não pode ser um "jogo de interesse político" e nem um plano isolado. Deve espelhar algo muito mais amplo e articulado. Ultrapassa de longe o campo de um simples planeamento. Vai além de uma política simples de saúde mental. Algo maior deve acontecer! Reitero que a saúde mental passa pelo reflexo da autenticidade e produção da espontaneidade, que por sua vez dá lugar ao equilíbrio mental. E tudo que não é autêntico gera desequilíbrio e tudo que gera desequilíbrio inibe a espontaneidade e com isso, se configura um quadro com sinais destrutivos para a excelência da saúde mental. Uma estrutura articulada, uma sociedade com "educação emocional". Um Pais com justiça social, um governo que zela pelo bem-estar holísticom. São medidas que devem estar na pauta de uma saúde mental de excelência. Gerando equilíbrio em todas as dimensões humanas.
Toda a nossa bagagem e historial emocional devem estar alinhados com o nosso padrão comportamental e excelência mental. A saúde mental é um bem de valor inestimável e forma uma das bases mais importantes à nossa realização pessoal, familiar e profissional. A performance da condição da carga emocional é um dos aspetos relevantes para o equilíbrio da saúde mental. Todo o nosso historial emocional tem uma relação directa à nossa qualidade da saúde mental em grande escala. "O carro chefe" da saúde mental é a performance emocional. Daí, que podemos falar do que chamamos de "Limpeza da carga emocional".
Diariamente estamos sujeitos a estagnarmos emocionalmente ou projetarmos emocionalmente. O que irá mudar pela positiva ou pela negativa, será a nossa maestria da gestão emocional. Já sabemos que a emoção não é inteligente, ela não possui cérebro. A inteligência demanda cognição, racionalidade e neurónios. A emoção não tem a capacidade de produzir pensamentos e raciocínios. É impossível dizer para alguém que acabou de perder a sua mãe ou o seu filho racionalizar o choro, usando a inteligência emocional. Impossível isso acontecer. O que podemos pressupor seria, que a única forma de "superação" da perda, seria pela gestão emocional. A gestão emocional demanda inteligência e cérebro, enquanto que a inteligência emocional não.
Reforçando um pouco mais essa ideia, diria que tentar racionalizar a emoção, é fingir que nada está acontecer. É ai que reside o perigo.; sucumbir a dor, é a pior forma de gerir a emoção. Quanto mais livres somos diante da dor e frustrações da vida, mais fibra emocional teremos. Não há fibra emocional sem a autenticidade. Fingir que somos fortes, estando nós completamente abalados pela dor e perda, é comprometer a nossa saúde mental numa escala doentia. Isso não seria autenticidade e a falta dela é o que poderá sabotar o nosso equilíbrio e deixar- nos numa situação de derrota pessoal.
Tentar ser forte, usando a "inteligência emocional" como crivo de superação, é autossabotagem. É fortalecer ainda mais a nossa dor, é negar a realidade. E negar realidade, é uma das formas mais delicadas de encarar a vida. Nesse embalo centenas de pessoas vivem uma saúde mental numa escala preocupante.
A sociedade tem produzido "robôs": pessoas que deveriam viver de uma forma real e sem máscara. São ensinadas a viver de uma forma superficial e sem autenticidade. Somos estimulados a ser fortes e fingir que tudo está bem, a ignorar os fatos Não devemos jamais fingir diante de realidades inegáveis. A nossa emoção tem uma grande influência na nossa qualidade da saúde mental e com isso, somos alertados a não ignorar os fatos.
O suicídio em última análise cumpre o seu desígnio com base numa fragilidade emocional em alta escala. Quando a emocional não processa nenhuma esperança ou otimismo. Quando o vazio emocional dá lugar à crise existencial. Não se esqueçam que fomos ensinados a ser fortes e imbatíveis. A nossa sociedade não nos ensina a sermos "sensíveis emocionalmente", empáticos, meigos e delicados. Somos ensinados a ser fortes e sem muito sentimento puro ao nível emocional.
Essa cultura da não "educação emocional" tem gerado decadência em escala assustadora. Temos relatos de vários suicídios, feminicídios e homicídios no contexto da sociedade cabo-verdiana, residentes e na diáspora. Dias atrás tivemos um feminicídio bárbaro na cidade do porto protagonizado por cabo-verdiano contra uma empresária cabo-verdiana que vivia ali. Sempre que acontece algo semelhante eu pergunto, onde esteve os pais durante durante a fase infantil? Que tipo de "educação emocional" recebemos quando criança.
A saúde mental não pode ser um "jogo de interesse político" e nem um plano isolado. Deve espelhar algo muito mais amplo e articulado. Ultrapassa de longe o campo de um simples planeamento. Vai além de uma política simples de saúde mental. Algo maior deve acontecer! Reitero que a saúde mental passa pelo reflexo da autenticidade e produção da espontaneidade, que por sua vez dá lugar ao equilíbrio mental.
E tudo que não é autêntico gera desequilíbrio e tudo que gera desequilíbrio inibe a espontaneidade e com isso, se configura um quadro com sinais destrutivos para a excelência da saúde mental. Uma estrutura articulada, uma sociedade com "educação emocional". Um Pais com justiça social, um governo que zela pelo bem-estar holísticom. São medidas que devem estar na pauta de uma saúde mental de excelência. Gerando equilíbrio em todas as dimensões humanas.
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A equipa do Santiago Magazine