Sindicalista José Manuel Vaz em greve de fome
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Sindicalista José Manuel Vaz em greve de fome

O presidente da Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL) decidiu entrar em greve de fome a partir desta terça-feira, 26, “por tempo indeterminado”, até que “seja reconhecida e posto em prática o principio da Liberdade Sindical e a não ingerência e intromissão dos Poderes Públicos, nos assuntos internos sindicais em Cabo Verde”.

José Manuel Vaz deveria comparecer esta manhã no tribunal da Praia para julgamento num processo movido pelo ex-ministro da Justiça, José Carlos Correia, mas o sindicalista decidiu, em protesto, faltar à audiência e prostrar-se em frente ao Palácio da Justiça em greve de fome por tempo indeterminado.

Num post publicado pelo próprio Vaz no facebbok, ele explica que está “inconformado com práticas de abusos do poder e vítima de atos de perseguição, tentativa de intimidação e de Injustiça, ao longo de vários, por parte de um ex-Ministro da Justiça, Sr. José Carlos Correia”.

“No exercício pleno das minhas funções sindicais e em defesa dos direitos e dos interesses profissionais do Pessoal da Policia Judiciaria, PJ de Cabo Verde, fui notificado no passado dia 16 do corrente mês de Junho, sem conhecer os Autos de Acusações e sem Direito de Defesa, para o Julgamento hoje, com início às 08h00 (oito horas), pelo Tribunal da Comarca da Praia – 3° juízo crime, através do despacho, Processo n° 32/2017 de 30 de Maio. Não se tratando de um acto pessoal conforme a Notificação do Tribunal Judicial da Comarca da Praia, decidi o seguinte: a) Não comparecer no Julgamento marcado para hoje dia 26 de Junho com início às 08h00; b) Entrar em “greve de fome, por tempo indeterminado” até que seja posto o “fim de práticas de abuso de poder; actos de perseguição; tentativa de intimidação e injustiça; e que seja reconhecida e posto em pratica o principio da Liberdade Sindical e a não ingerência e intromissão dos Poderes Públicos, nos assuntos internos sindicais em Cabo Verde”, escreve o presidente da CCSL.

José Manuel Vaz diz esperar “o Julgamento seja feito Publicamente e nos olhos de todas e de todos os cabo-verdianos e da Comunidade Internacional acreditados em Cabo Verde”.

O litígio entre Vaz e o ex-ministro José Carlos Correia vem deste 2015, quando o sindicalista acusou o então governante “de facilitar o tráfico de droga e o terrorismo em Cabo Verde”. A declaração do presidente da CCSL surgira na sequência da greve da Policia Judiciária. José Manuel Vaz acusou, na altura, José Carlos Correia de faltar ao respeito à esta classe profissional ao classificá-los de mercenários.

O governo repudiou a “inflamação e o radicalismo de um discurso que, visando tão só o extremar de posições num processo em que o Governo tudo tem feito para que se alcance o consenso, socorre-se de uma mensagem atentatória da dignidade e bom nome individual do Sr. Ministro da Justiça, ultrapassando flagrantemente os limites da liberdade de expressão e de liberdade sindical”.

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