Um crânio humano foi encontrado, na tarde de hoje, na varanda de uma moradia em Ponta D’Água, na Cidade da Praia, por moradores daquele bairro que, de imediato, alertaram as autoridades policiais.
As informações são escassas, mas as autoridades já estão a par do ocorrido, conforme disse à Inforpress uma fonte policial que, detalhou, ao crânio humano encontrado falta o queixo.
Esta descoberta macabra, ocorrida nas proximidades da terceira paragem de autocarro de Ponta D´Água está a inquietar os moradores daquele bairro.
“Estamos preocupados e ansiosos por saber como é que este crânio veio aqui parar. Será que foi alguém assassinado? Será que se trata de um crânio trazido de um cemitério? Credo!” disse uma moradora de Ponta D´Água que preferiu não ser identificada.
Sabe a Inforpress que as autoridades policiais já estão a par da ocorrência, pelo que aguardamos por mais informações oficiais sobre mais este acontecimento que coloca o bairro de Ponta D’Água sob os holofotes.
Ainda na terça-feira, foi notícia que o Tribunal da Comarca da Praia decretou prisão preventiva para um jovem de 21 anos suspeito de ter matado o irmão mais velho com dois golpes de faca durante um desentendimento no bairro de Ponta D’Água.
Este é o segundo caso de homicídio a abalar a comunidade de Ponta D’Água em menos de duas semanas. Num incidente anterior, datado do dia 15 de Agosto, uma adolescente foi baleada nas costas como resultado de um conflito entre grupos rivais.
Na ocasião anterior, a polícia agiu rapidamente, conseguindo deter os dois suspeitos envolvidos no conflito, que agora estão em prisão preventiva. Além disso, as autoridades conseguiram apreender a suposta arma do crime, um Walther calibre 7.65.
Segundo informações, acredita-se que essa arma tenha sido adquirida por um valor de 50 mil escudos no mercado negro.
Numa reportagem da Agência Lusa divulgada esta semana os moradores daquele bairro manifestaram dúvidas em relação à capacidade policial actual para pôr cobro à criminalidade: “a polícia não tem força”, queixou o morador Mário Gomes, 46 anos, à conversa com amigos na praça do centro de saúde de Ponta D’Água.
“Não podem bater, porque senão ficam sem farda. Nem atirar, porque vão lhes tomar as armas. Nesta situação, a polícia está sem força e eles [criminosos] não a respeitam”, sintetizou outro morador, citado também pela Lusa.
Mário Gomes elogiou a força da antiga Brigada Anti-Crime (BAC) da polícia cabo-verdiana, quando se questiona se é essa força musculada que faz falta.
Mas o sociólogo Redy Lima, também citado na reportagem da Lusa, dúvida que assim seja: “quando a BAC estava em acção”, entre 2005 e 2016, “em Ponta d’Água também não havia calmaria”. A própria BAC matou lá”, referiu.
“Não podemos ter uma polícia militarizada, de cara tapada, permanentemente na rua”, destacou, realçando que é preciso atacar os problemas estruturais — e isso envolve a governação social e económica, não apenas acção policial, numa capital com 200 mil habitantes e mais de 40 bairros”.
Comentários