Centenas de pessoas manifestaram-se este sábado, 10, contra a poluição que está a danificar a praia do Lazareto e a prejudicar a saúde de quem lá vive. Tudo na presença do PR que se encontra de visita à ilha.
A população do Lazareto, com apoio dos moradores do centro da cidade do Mindelo, saiu hoje às ruas para protestar contra a poluição naquela zona industrial. E para que não fique dúvidas, colocaram a empresa Frescomar e a Câmara Municipal contra a parede, exigindo explicações.
Os manifestantes, em número que ultrapassaram as duas centenas e usando máscaras de protecção respiratória no rosto, pediram à autarquia liderada por Augusto Neves e à conserveira Frescomar para “falarem a verdade” sobre qual das duas instituições é o responsável pelo alegado crime ambiental que está a afectar a praia e os habitantes do Lazareto.
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“A Frescomar diz que nada tem a ver com a situação, a câmara diz o mesmo e, no meio, é Lazareto e sua população que sofrem, não vamos aceitar”, disse à Inforpress o porta-voz dos moradores, Eduíno Nascimento, durante uma manifestação pacífica pelas ruas do Mindelo.
Nascimento aproveitou a estada do Presidente da República, este fim de semana em São Vicente, para deixar um apelo: “Domingo quando o senhor Presidente for presidir ao juramento à bandeira no Morro Branco, vai ter que passar pelo Lazareto, e o que pedimos é que quando por lá passar faça descer os vidros do carro, por favor”, pediu o porta-voz.
É que, a população, “cansada de reivindicar” o direito a respirar um ar puro e a ter uma praia sem poluição, pede que se lhes resolva este problema “sem conflito”, mas que, perante a indiferença das autoridades, irão mudar a forma de agir”.
“Até hoje não recebemos nenhuma resposta da câmara, contudo se as autoridades não resolverem o problema seremos nós a resolvê-lo à nossa maneira”, ameaçou Eduino Nascimento, que indicou que a próxima etapa de luta será decidida em conjunto pela população.
Categórico, o porta-voz do grupo não tem dúvidas: “a situação começou a partir do momento em que a fábrica Frescomar foi ligada à rede de esgoto do Lazareto, que não aguenta o volume e as águas negras vão para o mar e o cheiro nauseabundo sufoca a população dentro das suas casas”.
Na manhã de ontem, sexta-feira, 9, foi a vez dos trabalhadores e dirigentes da Frescomar marcharem pelas artérias do Mindelo para, precisamente, rejeitaram “qualquer responsabilidade” na situação do esgoto e cheiro nauseabundo no Lazareto.
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