O novo diretor da Polícia Nacional (PN), Jorge Andrade, empossado hoje, terá entre as principais prioridades o reforço da presença policial e o patrulhamento preventivo nas comunidades para combater a violência, afirmou o primeiro-ministro.
"Esperamos mais visibilidade e presença policial, patrulhamento e proximidade junto das comunidades. Uma ação face à violência e às incivilidades diárias", disse Ulisses Correia e Silva, ao presidir à cerimónia de posse, na cidade da Praia.
O primeiro-ministro alertou que pequenos atos de violência diária criam ambiente para crimes mais graves, afetando a tranquilidade e promovendo uma sensação de impunidade.
"A segurança pública continua a ser uma prioridade nacional," disse, destacando a importância da prevenção e o impacto direto na imagem do país e na economia.
Segundo Ulisses Correia e Silva, o reforço de meios continuará, com aumento de efetivos previsto até 2026, a par de um aumento de viaturas e do alargamento de sistemas de videovigilância.
Jorge Humberto Semedo Gonçalves Andrade, superintendente da PN, que foi empossado pelo ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, reafirmou o compromisso com a missão da polícia e prometeu defender melhores condições de trabalho para todos os oficiais.
Entre as prioridades, apontou a necessidade de envolver toda a sociedade para melhorar a segurança pública.
"A nossa visão está alinhada com a do Governo, que aposta na prevenção como principal estratégia contra a criminalidade, entendida como uma responsabilidade coletiva", afirmou.
Defendeu também maior intolerância às incivilidades e ações integradas, afirmando que a segurança não depende apenas da polícia, mas de uma política transversal, com estratégias coordenadas entre diferentes setores.
"Queremos um polícia acessível, legalista, prestativo e solidário", acrescentou.
Andrade disse ainda que questões como o trânsito, especialmente na cidade da Praia, exigem medidas urgentes e fiscalização firme contra as infrações ao código da estrada.
Manifestou também a necessidade de modernizar os serviços administrativos da PN, com uso de novas tecnologias e integração de recursos humanos e logísticos, além da atualização das leis que regem a atuação policial.
"Vou trabalhar para melhorar as condições socioprofissionais dos nossos agentes e criar um ambiente onde todos se sintam valorizados, respeitados e motivados", garantiu.
O ministro da Administração Interna explicou que a escolha do novo diretor teve por base a antiguidade, experiência, competência e conhecimento institucional.
Jorge Andrade sucede a Emanuel Moreno, que tomou posse em 2021, com a missão de reforçar a investigação criminal no país.
Há pouco mais de uma semana, os dois partidos da oposição em Cabo Verde defenderam, no parlamento, a necessidade de políticas públicas eficazes que promovam a proximidade entre polícia e comunidades para enfrentar as causas estruturais da criminalidade e garantir a segurança no país.
Em março, a Polícia Nacional anunciou que Cabo Verde registou uma redução de 10% na criminalidade em 2024, com 22.524 ocorrências, menos 2.314 do que em 2023.
De acordo com a mesma fonte, nos últimos dez anos houve uma redução acumulada de 11% nas ocorrências criminais no país.
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