Dez anos de desgovernação: a diáspora esquecida e um país à deriva...
Ponto de Vista

Dez anos de desgovernação: a diáspora esquecida e um país à deriva...

Depois de dez anos de desgovernação do MpD, liderado pelo senhor Ulisses Correia e Silva e a sua “companhia limitada ou seja a ala radical”, chegamos ao fim de uma segunda legislatura sem uma única obra ou infraestrutura verdadeiramente estruturante para o país, ou seja, para o povo cabo-verdiano!

É doloroso constatar que, após uma década, este desgoverno continua, sem pudor, a proclamar liberdade e democracia às cabo-verdianas e aos cabo-verdianos, dentro e fora do país.

Ontem, mais uma vez, assisti no Jornal da Noite a um ato que ilustra bem a mediocridade deste governo: "a inauguração, com pompa e circunstância, de um simples espaço designado para a diáspora cabo-verdiana", protagonizado pelo senhor Diretor das Comunidades. Pergunto: é esta a “obra” com que este desgoverno pretende caracterizar e reconhecer o valor da nossa diáspora?! O que se apresenta é um espaço simbólico, sem visão estratégica, sem políticas estruturantes e sem impacto real na vida dos emigrantes. Um gesto que não responde às necessidades reais da diáspora nem compensa uma década de ausência de uma política pública consistente. É triste e profundamente lamentável.

Este episódio prova, mais uma vez, a absoluta falta de visão estratégica com que o MpD tem governado Cabo Verde ao longo destes dez anos: sem fôlego, sem pujança e, sobretudo, sem sentido de responsabilidade e respeito pela diáspora. Essa mesma diáspora que tanto ajudou e continua a ajudar na construção do país.

O referido espaço... depois de um alegado projeto de mapeamento da diáspora e este é, afinal, o resultado concreto e o reconhecimento que se oferece à nossa diáspora?! Um espaço simbólico, sem visão estratégica, sem políticas estruturantes e sem impacto real na vida dos emigrantes. Um gesto que não responde às necessidades reais da diáspora nem compensa uma década de ausência de uma política pública consistente. É triste e profundamente lamentável.

Senhor Primeiro-Ministro, será que durante a primeira legislatura e agora, no final deste ciclo político o senhor e a sua equipa ainda não compreenderam o desejo, o valor e o papel estratégico da diáspora cabo-verdiana? Esta insensibilidade revela uma total incapacidade de contextualizar a realidade: right here and right now.

Com enorme tristeza, testemunhei também o caos vivido por dezenas de pessoas devido ao cancelamento de voos e ligações marítimas. No aeroporto e nos cais, vi cidadãos angustiados, sem saber se conseguiriam passar o Natal com as suas famílias?

A imagem que mais me marcou foi a de uma senhora idosa que dizia, em desespero, que todos os irmãos se reuniriam este ano, após muito tempo separados e que apenas faltava ela.

Vi também as rabidantes e os comerciantes, agarrados à esperança de que as suas mercadorias ainda cheguem antes do Natal ou, pelo menos, antes do Ano Novo.

É com esta penúria, com este abandono e esta ausência de sensibilidade que este desgoverno termina mais um mandato.
O governo liderado pelo senhor Ulisses Correia e Silva não mentiu quando, em 2016, afirmou que tinha “todas as contas feitas”. Hoje, passados dez anos de governação, somos muitos diria 99,99% os que comprovam que essas contas estavam completamente erradas. Mesmo no passado, enquanto Ministro das Finanças, ficou evidente que o senhor não sabia, afinal, fazer contas.

Por isso, em 2026, nas próximas eleições legislativas, nós, o povo, vamos vencer e vencer com uma maioria qualificada. Para, sim, dar continuidade à reconstrução de Cabo Verde, colocando no centro as pessoas, as cabo-verdianas e os cabo-verdianos, dentro e fora do país, incluindo a sua diáspora.

Esse é o Cabo Verde para Todos que continuamos a sonhar: um Cabo Verde de esperança, dignidade e futuro para todos!

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Comentários

  • Casimiro Centeio, 24 de Dez de 2025

    Artigo digno de aplausos !Nho Ulisses sempre faz promessas com boas intenções do Inferno, i.e, promete coisas boas, mas sem a intenção de as cumprir, ou que pelo menos sabe que não se realizam por serem inexequíveis ! É uma autêntica velhacaria !

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  • Casimiro Centeio, 24 de Dez de 2025

    A maior infraestrutura turística construída pelo governo do MPD-ULISSES é o MERCADO DE COCO.Nem Atenas ,Roma ou Jerusalém têm obras de arquitetura histórica que se comparam a essa "porcaria" esquelética de Ulisses .Mas ele continua tentando enganar os zés. Assim como a moeda falsa circula sem valor, as promessas de Nho Ulisses também circulam sem valia.

    Responder


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