O minimercado Delta no aldeamento turístico da Murdeira, no Sal, foi alvo de mais um assalto na madrugada de domingo, 19, dois meses depois de a loja ter sido arrombada por meliantes, ainda por identificar.
Esta é a quinta vez que o estabelecimento é assaltado em menos de cinco anos, mesmo com todo aparato de segurança que o proprietário tem instalado no estabelecimento.
Conforme contou o proprietário, José Luís Veloso, um português que vive há mais de duas décadas na ilha do Sal, na zona da Murdeira, que fica no meio das cidades de Espargos e de Santa Maria, é a cada dia que passa “um lugar insuportável” de morar, alegando a falta de segurança que se vive nestas imediações.
Segundo contou, no sábado, 18, assim como nos outros dias, fecharam as portas e as grades, de frente e da parte de trás, e no dia seguinte quando a funcionária veio abrir o estabelecimento ligou a dizer que estava tudo arrombado.
As grades foram arrancadas, segundo contou, com o apoio “possivelmente” de um carro, e levaram uma “grande quantidade de bebidas alcoólicas” e ainda arrombaram a máquina de caixa automática (ATM), não tendo, entretanto, conseguido tirar o dinheiro.
“Só esta semana já foram mais de cinco assaltos aqui às casas (…) há cinco anos atacaram a minha casa e dois bandidos agrediram-me e eu fiquei praticamente irreconhecível”, contou.
Daí para frente, continuou, “a segurança tem tanta deficiência que não tenha alguém que se ocupe disso”, disse, alertando que a polícia deveria ter “mais cuidado em passar com as brigadas durante a noite, que é pior”.
José Luís Veloso disse ainda que a situação está a tornar-se num “pesadelo para os moradores”, já que é a quinta vez que o seu estabelecimento é assaltado, sem que os responsáveis sejam identificados.
“A Polícia Nacional e a PJ vieram, mas isto é só esperar a próxima vez, porque vai haver uma próxima vez, não sei quando, mas com certeza vai haver. A penúltima vez foi há dois meses e do mesmo jeito”, desabafou.
O mesmo explicou que em toda a zona da Murdeira há apenas um guarda que trabalha até a uma hora da madrugada e depois vai-se embora.
“As pessoas estão todas com medo de viver aqui, o que não pode ser. Eu gostaria de ajudar, mas sozinho não consigo fazer nada”, concluiu.
Entretanto, contactamos o Comando da Polícia Nacional na Ilha do Sal e o comandante, Aguinaldo Antunes, garantiu que esteve no terreno em parceria com a Polícia Judiciária e que o caso está sob investigação, já com suspeitos deste último assalto.
A Polícia Nacional aproveitou para esclarecer que “é obrigação” da direção deste condomínio privado assumir e garantir a segurança nocturna e diurna do aldeamento turístico, em vez de deixar esta responsabilidade “nas costas da polícia”, mas prometeu reforçar, dentro do possível, as rondas nocturnas ao aldeamento turístico da Murdeira.
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