"O Estado tem o dever de promover a prática desportiva e o direito à saúde aos cidadãos! À todos os cidadãos sem exceção! Porque é que os praticantes e amantes do hipismo estão excluídos?"
O papel de um Estado é de promover e subsidiar atividades que fazem parte de sua comunidade.
Atividades essas que podem ser culturais, tradicionais, desportivas, empresariais, etc.
Também o papel do Estado é garantir o direito de igualdade a todas as pessoas, individuais e coletivas, sem descriminação.
Ora, o hipismo nesses últimos anos, ou melhor há mais de uma década para cá, tem vindo a desenvolver-se qualitativamente e quantitativamente! Foram importados animais do continente europeu de valores superiores a 12, 15, 18, 20 mil euros!
Alguns proprietários estabeleceram clubes hípicos gastando centenas ou até milhares de contos; empregam funcionários (tratadores, treinadores, jockeys, etc)!
O custo de manutenção anual de um cavalo de corrida ultrapassa mil contos!
Enfim, é o desporto mais caro no momento em Cabo Verde. E a sua prática não está limitada a um período pré-definido de acordo com um calendário desportivo como os restantes desportos no nosso país, pois independentemente de estarmos em plena atividade (corridas etc) os gastos mantêm-se, não se pode suspendê-los!
Porém, há mais de uma década temos estado a solicitar apoio financeiro ao Estado e infelizmente a desculpa é o facto de ainda não termos uma Federação legalmente estabelecida para não nos garantir qualquer tipo de apoio ou intervenção!
O que é injusto e descriminatório!
Ora, o Estado tem vindo a construir diversas infraestruturas para muitas atividades ou grupos sociais que não têm sequer representação institucional (associações por exemplo) ou Federação! No hipismo cabo-verdiano já existem Associações espalhadas por quase todas as ilhas!
Contudo o Estado tem construído diversas infraestruturas desportivas que beneficiam outras camadas sociais: foram construídas placas desportivas (futsal, basket de rua, campos comunitários de futebol sintético, park de fitness, etc).
Pois o direito à iguadade é claramente tratado aqui de forma desigual em relação ao hipismo.
Se essas determinadas camadas sociais são contemplados com esse apoio do Estado, por que o hipismo não pode beneficiar do mesmo?
O Estado tem o dever de promover a prática desportiva e o direito à saúde aos cidadãos! A todos os cidadãos sem exceção! Porque é que os praticantes e amantes do hipismo estão excluídos?
O direito à igualdade (de acesso aos recursos do Estado) é (ou pelo menos deveria ser) para todos, sem exceção e sem discriminação!
Sistematicamente nos é negado apoio financeiro para realização de mais provas com a desculpa de sempre: “exige-se implementação da Federação para que nos possa incluir no Orçamento”!
Será preciso esperar pela sua implementação para nós sermos tratados de forma igual em relação aos outros que têm o mesmo status do que nós?
Ora, se não querem (poderem) nos dar esse tal apoio, pelo menos poderiam fazê-lo de uma outra forma: construção de um hipódromo nacional, pista de treinos nas principais ilhas, isenção alfandegária na importação de cavalos-atletas, etc!
O hipismo no presente momento é o maior desporto cabo-verdiano: é só analisarem o orçamento de um clube hípico, ou investimentos individuais de alguns proprietários na compra e importação de animais
e constatarem nas diversas provas a moldura humana que nos acompanham nas diferentes corridas em todo o arquipélago.
Um orçamento que engloba a compra, importação, manutenção anual de um cavalo-atleta, salvo o devido respeito em relação às outras modalidades, ultrapassa à de uma equipa mediana como por exemplo da de futebol, basketball ou andebol.
Exigimos mais respeito e consideração por quem é de direito!
É triste em São Vicente o hipismo ter ficado inativo por 5 anos. A Autarquia sempre anualmente nos vem desculpando com uma versão diferente a cada ano que passa!
Esse ano fomos nós que conseguimos arrecadar fundos e patrocínios privados para podermos conseguir realizá-la!
O poder central terá e deverá coadjuvar os poderes locais na promoção do hipismo! É o que se espera pelo menos!
Não é só quando uma autarquia realizar uma prova por ocasião das festas de romaria ou celebração do dia de município que são convidados figuras estatais para irem simbolicamente entregar o troféu no palco! Isso não é promoção e nem de perto é um acto de reconhecimento!
Se isto não for mudado oportunamente, nós iremos somente reconhecer algumas autarquias que periodicamente realizam essas corridas com o objetivo de nos promover e nos ajudar financeiramente, as restantes figuras estatais nem precisam de ir como convidados de honra, pois poderão correr o risco nos verem de costas voltadas ou então de ficarem com a mão estendida na altura de simbolicamente nos entregarem os troféus!
Exigimos e queremos o direito de igualdade de acesso aos recursos do Estado que também é nosso e fazemos parte!
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