“MUITOS DOS ATUAIS LICENCIANDOS EM DIREITO, TÊM (…) FRACA CAPACIDADE DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA"
O que a Srª Bastonária da OACV, Drª Sofia de Oliveira, disse no seu discurso, na abertura do ano judicial 2018/19, infelizmente é um facto. Não podemos e nem devemos escamotear isso!
Mas daí, estar a generalizar isso, como têm estado a fazer, creio não ser o mais ajustado.
É verdade que a área do Direito, é a mais visada, o que é compreensível, visto que o nível de exigência de conhecimentos técnicos e ou expressão oral e escrita é maior.
No entanto, chamo a atenção de que esse défice/deficiência em se expressar tanto oralmente, como na escrita, não é um problema só dos atuais licenciandos ou licenciados em Direito, essa deficiência é transversal a todas as outras áreas, inclusive dos que formaram no exterior;
Por conseguinte, não concordo com essa generalização que se está a fazer, de que os licenciados em Direito, que se formaram em Cabo Verde, não sabem se expressar na nossa língua oficial, e que a nível técnico deixam muito a desejar, pondo em “cheque” a qualidade das suas qualificações académicas.
Eu particularmente, tenho muito orgulho de me ter formado em Cabo Verde, numa instituição de ensino superior, de referência a nível do ensino de Direito no panorama nacional;
Tive o privilégio de aprender e evoluir com docentes excelentes, e modéstia à parte, não sinto estar em desvantagem seja a nível técnico (conhecimentos técnico- jurídicos), seja a nível de expressão oral e escrita em relação aos colegas que formaram no exterior;
Pelo facto de se ter formado no exterior, não é a priori sinônimo de mais ou de menos competência técnica, e ou de expressão oral e escrita, o adquirir dessas competências depende essencialmente da vontade e da dedicação de cada um.
Ninguém nasce com essas competências, isso vai se adquirindo ao longo da nossa trajetória, com o empenho, o compromisso de cada um em aprender, e ir aprimorando as competências adquiridas, e ir colmatando as lacunas, no sentido de melhorar sempre.
Obs: Optei por não abordar as questões éticas também levantadas, por entender que carecem ainda de mais elementos, e isso daria lugar a outros debates.
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