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São Vicente. PAICV faz denúncia à CNE sobre participação do ministro da Administração Interna na campanha e de legalização de terrenos na câmara
Política

São Vicente. PAICV faz denúncia à CNE sobre participação do ministro da Administração Interna na campanha e de legalização de terrenos na câmara

A candidatura do PAICV em São Vicente queixou-se, esta terça-feira, 26, na Comissão Nacional de Eleições sobre a participação do ministro da Administração Interna na campanha e sobre a alegada legalização de terrenos por parte de um vereador do MpD.

Esta informação foi avançada em conferência de imprensa pelo mandatário da candidatura do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) em São Vicente, Nelson Faria, citando um rol de situações que, no seu entender, “põe em causa a lisura e a transparência do processo eleitoral”.

“Queremos fazer um pedido de esclarecimento à CNE e às outras instituições relativamente à participação do ministro da Administração Interna neste processo eleitoral, acompanhando o candidato em São Vicente, em todas as acções de campanha”, disse a mesma fonte.

Nelson Faria argumentou que se a Polícia Nacional (PN) não pode participar directamente da campanha eleitoral, não pode tomar parte dos partidos, “pressupõe-se também que a pessoa responsável, que tutela a PN, também, não deveria tomar parte, por várias razões ligadas à ética e ao decoro republicano”.

Neste caso, o mandatário questionou qual será a posição do ministro relativamente às situações em que a Polícia Nacional tenha de actuar contra a candidatura da sua preferência.

“Pedimos à CNE que averigue e que posicione relativamente a estas questões, que penalize os responsáveis em situações onde a legalidade está posta em causa”, pediu.

O responsável apela às pessoas “que se dizem democratas para serem realmente democratas e que respeitem o processo eleitoral e a lisura que ele merece dando a São Vicente uma votação limpa, transparente e que reflicta a vontade do povo”.

Outra situação, segundo Nelson Faria, tem que ver com o facto de várias pessoas estarem a procurar o vereador José Carlos da Luz, que já deveria estar suspenso das suas funções porque também é candidato na lista do Movimento para a Democracia (MpD), para legalização de terrenos.

“Não é uma prática legal, não é uma prática ética e põe em causa a consciência dos cidadãos no momento do voto”, explicou ainda Nelson Faria, que também denunciou “a participação na campanha eleitoral de um dirigente do Centro de Emprego e Formação Profissional de São Vicente, que é uma instituição pública, sem suspender as funções”.

“Sabe-se lá de que outra forma ele pode estar a utilizar a instituição para fazer campanha eleitoral”, indagou.

No rol de queixas submetidas à CNE, segundo a mesma fonte também estão infracções como a colagem de cartazes por cima dos do PAICV, a permanência de carros de som das candidaturas adversárias nas zonas de comício do PAICV e ainda de estacionarem diariamente um carro de som com uma imagem projectada de Augusto Neves em frente da Câmara Municipal de São Vicente.

“Isto é da parte de um activista fervoroso do presidente da câmara, uma pessoa com várias situações com a justiça, o que não abona a candidatura e nem abona ao processo democrático”, afirmou.

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