A bancada municipal do MpD na Assembleia Municipal de São Domingos acusou hoje a câmara municipal de perseguir e despedir trabalhadores para dar lugar aos apoiantes do PAICV, tendo já sido contratadas” mais de 30 pessoas”.
A denúncia foi feita pelo eleito municipal José Carlos Fernandes, em conversa com os jornalistas, na sequência da realização da sessão ordinária da Assembleia Municipal de São Domingos para a apreciação do relatório de actividades e conta de gerência.
“São militantes do PAICV que estiveram nas campanhas eleitorais. Mais de 30 pessoas já entraram para trabalhar na edilidade e sem concurso. Nós sabemos que com a mudança da equipa, o presidente tem a liberdade para fazer a mudança do pessoal do seu gabinete, mas para além desses casos há outros casos que até exigem concurso”, denunciou o eleito municipal.
José Carlos Fernandes denunciou ainda que os trabalhadores “estão todos com medo e receio de que a qualquer hora possam perder os seus postos de trabalho” e que há dirigentes a serem “despedidos sem conhecimento formal”.
“Tem acontecido despedimentos verbais. O presidente chega e diz que a partir de amanhã já não trabalhas aqui”, disse, apontando o caso da coordenadora do Cadastro Social Único, Geisa de Pina, que até mobilizou uma manifestação
Confrontado com as denúncias, o presidente da câmara de São Domingos, Isaías Varela, refutou todas as situações, indicando tratar-se de “dramatização da situação” por parte do partido da oposição e de alguns funcionários.
“O que está a acontecer em São Domingos é um processo normal, que acontece em todos os processos de mudanças. O presidente da câmara e sua equipa não são obrigados a trabalhar com qualquer pessoa que não lhes inspira confiança em cargos de confiança, porque é ao presidente a quem são os cobrados resultados governativos”, explicou
Sobre a forma de despedimento dos dirigentes, Isaias Varela adiantou que em todos os casos de fim de comissão de serviço tem conversado directamente com as pessoas, agradecendo o seu contributo e informando-as sobre o fim da comissão de serviço.
“Portanto, as pessoas não têm sido apanhadas de surpresa”, disse, adiantando que os fins de comissão de serviço não têm sido para colocar pessoas afectas ao PAICV, até porque até este momento não houve nomeações de novos directores.
“O presidente ainda não arranjou tacho a ninguém com os fins de comissão de serviço”, garantiu, esclarecendo que, no caso Geisa Pina, foi uma mobilidade normal, decorrente da desconcentração de serviço e que mesma foi substituída no cargo de coordenadora, porque “não inspirava confiança”, por uma outra funcionária da Câmara Municipal.
“Não podemos depois de 26 anos continuar com todos os serviços centralizados a nível dos Paços do Concelho. O que fizemos foi trazer para a Delegação de Milho Branco, uma funcionária com muita experiência, sobretudo para dar uma respostas mais céleres aqui na freguesia de Nossa Senhora da Luz”, sustentou.
Isaías Varela adiantou que a autarquia criou todas condições para facilitar a mobilidade, disponibilizando transportes para a deslocação de todos os trabalhadores colocados na delegação de Milho Branco.
Comentários