
A CPR do PAICV em Santiago Norte critica o Orçamento de Estado 2026 por não incluir investimentos prometidos desde 2016, como portos, requalificação urbana e infraestruturas agrícolas, considerando que o Governo falha compromissos essenciais para o desenvolvimento regional.
À Inforpress, a presidente da Comissão Política Regional (CPR) do PAICV em Santiago Norte, Carla Carvalho, afirmou que o documento não responde às necessidades e nem reflecte as promessas feitas há quase uma década, nomeadamente quanto à construção de portos de pesca no Tarrafal e em Santa Catarina.
“Aquilo que está espelhado no Orçamento é apenas a reabilitação do cais do Tarrafal, que já se encontra ainda mais degradado devido às últimas chuvas. Mas essa reabilitação não corresponde ao compromisso inicial do Governo”, declarou, defendendo que a proposta seja revista na especialidade para incluir os investimentos prometidos.
Outra preocupação apontada pela líder regional é o facto de a requalificação urbana da cidade da Assomada, vista pelo PAICV como passo necessário para consolidar a localidade como capital regional, também não constar no Orçamento do Estado para o próximo ano.
Carla Carvalho acrescenta ainda que o Governo não tem contemplado investimentos em infraestruturas de conservação de solos e água, como construção de diques, socalcos e barreiras de proteção, apesar da vulnerabilidade da região e dos danos agravados pelas chuvas recentes.
“Em quase dez anos não houve uma acção concreta para minimizar os impactos e proteger as populações e os terrenos agrícolas”, reforçou, apontando igualmente a falta de avanços no prometido Parque Tecnológico Agropecuário, compromisso assumido pelo Governo em 2016.
Segundo a CPR, a ausência destes investimentos limita o aproveitamento das potencialidades económicas da região, sendo responsável por colocar significativa produção agrícola no mercado nacional.
Ainda no balanço da reunião, a estrutura regional analisou os prejuízos provocados pelas chuvas intensas que afectaram vários concelhos, nomeadamente Tarrafal, Santa Cruz, São Miguel, São Salvador do Mundo e Santa Catarina.
Sobre esse ponto, José Hermínio Veiga, primeiro secretário do PAICV em Santa Catarina Norte, alertou para prejuízos elevados em estradas, habitações, propriedades agrícolas e criação de animais, com localidades que chegaram a ficar isoladas.
“Há famílias em risco e obras urgentes a fazer. As câmaras não têm meios financeiros para responder sozinhas. É essencial que o Governo, mais do que declarar o estado de calamidade, actue com rapidez e com recursos concretos”, defendeu.
A CPR considera que ainda há tempo para o Governo fazer ajustes ao Orçamento de Estado e avançar com os compromissos assumidos, permitindo que Santiago Norte desenvolva as suas potencialidades e receba as intervenções que considera necessárias para preparar a região para o futuro.
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