
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau anunciou hoje que "poderão ser divulgados até quinta-feira", dia 27, os resultados provisórios das eleições gerais, presidenciais e legislativas, realizadas neste domingo.
O anúncio foi feito, em conferência de imprensa divulgada por alguns órgãos de comunicação social guineenses, pelo secretário executivo da CNE, Idiça Djalo, que pediu a todos os atores políticos, à comunicação social e outras organizações que se "abstenham de divulgar os resultados eleitorais" por esta ser competência reservada "exclusivamente à Comissão Nacional de Eleições".
Na comunicação feita, em Bissau, o secretário executivo da CNE adiantou que, “não obstante a lei prever de sete a dez dias” para a divulgação dos resultados provisórios, o organismo responsável pelo processo eleitoral afiança que será possível fazê-lo em quatro dias, até quinta-feira.
A CNE destacou “o ambiente pacífico e ordeiro no processo de votação”, ao longo deste domingo, em que 966.152 eleitores foram chamados às urnas para escolher o novo Presidente da República e os 102 deputados da Assembleia Nacional popular.
As urnas fecharam às 17:00 (a mesma hora em Lisboa) e a CNE garantiu que foram “observados os procedimentos previamente estabelecidos pela legislação eleitoral”.
“Até ao encerramento das urnas, não se constatou nenhuma situação que possa constituir irregularidades relevantes, salvo pequenos constrangimentos de ordem logística solucionados em tempo útil”, indicou o responsável.
A comissão sentiu-se no dever de esclarecer algumas situações ocorridas durante a votação na diáspora, nomeadamente em Portugal e em França que, disse, “motivaram a convocação do plenário da CNE com urgência com o fito de deliberar sobre o assunto e dar anuência às míni estruturas das CNE” nos dois países.
Segundo explicou, em Portugal foi dada anuência “no sentido de permitir aos cidadãos portadores de cartão de eleitor exercerem os seus direitos de voto com base nos dados constantes no ficheiro eletrónico dos cadernos eleitorais de 2023”.
Em França, a CNE autorizou “aos cidadãos portadores de cartão de eleitor o exercício do direito de voto e consequentemente [vai] extrair do ficheiro eletrónico os nomes dos eleitores em causa para efeitos de confirmação posterior” da situação dos eleitores em causa.
O secretário executivo deu ainda conta que, embora ainda não estejam disponíveis dados precisos, ”estima-se que a taxa de participação seja superior a 65%”, uma afluência às urnas inferior a anteriores atos eleitorais em que chegou aos 70 e 80%, segundo o responsável.
As eleições de hoje tiveram 12 candidatos à Presidência da República, numa corrida eleitoral que durante a campanha se transformou num duelo entre o atual Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que concorre a um segundo mandato, e Fernando Dias.
Dias apresentou-se como independente e obteve o apoio do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que, pela primeira vez, foi exlucído da corrida eleitoral, assim como o líder Domingos Simões Pereira, considerado o principal adversário de Embaló.
As presidenciais centraram as atenções nestas eleições gerais, com as legislativas, a que concorreram 14 formações políticas, relegadas para segundo plano.
O parlamento foi dissolvido pelo Presidente da República há dois anos e afastada do poder a coligação PAI- Terra Ranka, liderada pelo PAIGC.
Nenhuma das forças políticas da anterior composição da assembleia concorreu às eleições deste domingo, em que se destaca a coligação Plataforma Republicana “Nô Kumpo Guiné”, que apoia o Presidente Umaro Sissoco Embaló.
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