O Presidente da República criticou “o muito deslumbramento com o poder e muito síndrome da primeira vez em Cabo Verde” pelo que considerou “importante dar continuidade a todo o que é bom, enquanto alicerces dos pilares desta sociedade”.
José Maria Neves manifestou esta inquietação em exclusivo à Inforpress, no final da conferência “Por uma Etnografia da Liberdade na História de Cabo Verde”, realizada hoje na Cidade Velha pelo historiador António Correia e Silva, no âmbito das actividades da 11ª Semana da República, que decorre de 13 a 20 do corrente.
O mais alto magistrado da Nação enalteceu a importância da continuidade da Semana da República, que já vai na sua 11ª edição, à primeira sob a sua presidência, alegando que a iniciativa concebida por Jorge Carlos Fonseca, seu antecessor, merece a seu prosseguimento “porque tudo o que é bom, que cria condições para se fazer uma pedagogia da cidadania é importante”.
“Estamos a continuar esta Semana e este ano sob o signo da história da memória e da cultura, que são pilares importantes desta luta de séculos, dos cabo-verdianos pela liberdade”, afirmou José Maria Neves, para quem a continuidade desta rúbrica demonstra o exemplo, sobretudo que as instituições são extremamente importantes.
Quando temos instituições inclusivas, afiançou, acabam por acelerar o processo de desenvolvimento económico e social do país, pelo que sublinhou a importância de se respeitar as instituições cabo-verdianas e garantir que elas se afirmem e se desenvolvam e, sobretudo, evitar a síndrome da primeira vez, “o que é muito nos países pobres e subdesenvolvidos”.
Considerou que o colóquio “Por um Etnografia da Liberdade na História de Cabo Verde”, no berço da cabo-verdianidade, a Cidade Velha, simboliza um pouco a luta do povo cabo-verdiano, pela liberdade e dignidade, afirmando que vários protagonistas da história se destacam na reivindicação de uma maior dignidade.
Esta dignidade, elucidou José Maria Neves, é reclamada para os filhos da terra, de uma igualdade de tratamento no quadro colonial português, pelo que considerou que discutir a liberdade na Semana da República, simboliza, precisamente, um tributo a esta luta de séculos pela liberdade e dignidade do Homem cabo-verdiano.
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