O Presidente da República (PR) de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, defendeu que a utilização do acordo deveria ser objecto de uma análise “desapaixonada” e “objectiva”, de forma a haver uma consensualização, a maior possível, sobre aquilo que deve ser a Língua Portuguesa do ponto de vista da ortografia.
“Eu creio que o acordo ortográfico não foi ainda assumido por todos porque há divergências, sobretudo a nível das sociedades civis dos países da CPLP sobre a bondade do acordo, sobretudo junto de círculos de escritores, de intelectuais”, afirmou Jorge Carlos Fonseca em declarações proferidas esta segunda-feira à imprensa na cidade da Praia.
Jorge Carlos Fonseca frisou ainda que, mesmo nos países que já ratificaram o acordo, como por exemplo Portugal, dá-se conta de muitas resistências em relação ao acordo, de romancistas, de poetas, de professores da Língua Portuguesa, de gramáticos, de jornalistas, dentre outros.
“Eu creio que isso dever ser discutido com objectividade, sem receio ou preconceitos. A situação do acordo ortográfico deveria ser analisado objectivamente e ver se se avança com ele tal como está ou se, para ser abraçado por todos, deve haver ajustamentos ou alterações”, defender.
Da parte de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca garantiu que há sintonia entre o Presidente e o Governo e disse ainda esperar que também haja com o Parlamento.
“Eu espero que Cabo Verde complete o processo de ratificação antes de Outubro. Eu tenho informações de que o Conselho de Ministros já avaliou e aprovou a convenção e que será submetido rapidamente à Assembleia Nacional de Cabo Verde, suponho eu que sob o regime de urgência e, portanto, logo que, como eu espero, a Assembleia Nacional de Cabo Verde aprove a convenção a mesma virá para o Presidente para a rectificação”, informou.
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