PAICV diz que Cabo Verde não está bem e pede responsabilidade ao Governo
Política

PAICV diz que Cabo Verde não está bem e pede responsabilidade ao Governo

O PAICV considerou hoje que o país “não está bem”, que os cidadãos estão a passar por momentos “muito difíceis” e pediu responsabilidades ao Governo perante as crises.

“Cabo Verde, em nossa opinião, não está bem. Os cabo-verdianos estão a passar por momentos muito difíceis”, avaliou o líder do grupo parlamentar do PAICV, João Batista Pereira, na sua intervenção no arranque do debate sobre o Estado da Nação.

Para o político, o “quadro desolador” gerado por secas e pela escalada de preços dos bens alimentares e energia estão a deixar “marcas profundas” na sociedade e na vida das famílias cabo-verdianas.

Criticando a “propaganda política” do Governo, o presidente do grupo parlamentar do PAICV considerou que é precisou olhar para o país real para adaptar políticas capazes de melhoras a condição de vida dos cidadãos.

“O que o estado da Nação reflete em 2023 é que, globalmente, as medidas do Governo foram insuficientes para contrariar a tendência de empobrecimento generalizado e relativamente acentuado dos cabo-verdianos, induzido pela perda de poder de compra, de salários e pensões, afetando, sobretudo, as camadas mais desfavorecidas da nossa população”, descreveu.

Para João Batista Pereira, o contexto atual deveria exigir uma “intervenção maior” do Estado para garantir o equilíbrio social. “Era essencial proceder à recuperação e valorização dos salários e das pensões, particularmente daqueles que ganham menos”.

Segundo o porta-voz do maior partido da oposição cabo-verdiana, a situação que o país está a atravessar não é apenas consequência das crises, entendendo que o Governo tem a sua quota-parte, pelo que pediu responsabilidade ao Executivo liderado por Ulisses Correia e Silva.

“Cabo Verde não está bem, diante da escalada do endividamento público, que expõe toda a sociedade cabo-verdiana, particularmente as próximas gerações, diante do perigo e das consequências da insustentabilidade da sua dívida”, prosseguiu.

Entendendo que o primeiro-ministro “falhou” com os cabo-verdianos em várias áreas, o líder parlamentar criticou ainda os “anúncios” no setor da segurança, notando, mesmo assim, aumento da criminalidade nos principais centros urbanos do arquipélago.

No debate que marca o fim do ano parlamentar em Cabo Verde, João Batista Pereira pediu ainda transparência, valorização da prestação de contas, rigor na gestão da coisa pública e constatou que os cabo-verdianos estão a passar por “grande privação e incerteza”.

“A Nação tem um Governo gordo, ineficiente e sorvedouro de recursos públicos. Um Governo de promessas e compromissos falhados”, criticou o PAICV, entendendo que é preciso devolver a esperança aos cabo-verdianos.

O deputado da UCID António Monteiro, lamentou apenas os cerca de dois minutos disponibilizados aos quatro deputados do seu partido, dizendo que é esta a situação do país, em que “alguns têm demasiado e outros não têm absolutamente nada”.

Neste sentido, entendeu que o país precisa de uma melhor atenção, sobretudo distribuição dos recursos e cuidados às famílias mais vulneráveis, discordando que pandemia seja responsável por determinadas situações no arquipélago.

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