PAICV denuncia “grave crise” no transporte marítimo e “isolamento da ilha Brava”
Política

PAICV denuncia “grave crise” no transporte marítimo e “isolamento da ilha Brava”

O deputado do PAICV, Clóvis Silva, denunciou hoje, na Praia, “irregularidades e insuficiência” dos transportes que afectam a ilha Brava e o resto do país.

Em conferência de imprensa, o deputado Clóvis Silva disse que a população da ilha Brava enfrenta “uma situação inaceitável” marcada por “irregularidades frequentes, cancelamentos e incumprimento das obrigações contratuais assinadas” pelo Governo.

“Ainda ontem, mais uma viagem foi cancelada, reforçando o sentimento de abandono e isolamento da nossa população”, lamentou o deputado.

A situação piora segundo a mesma fonte numa altura especial com as festividades de São João Batista a decorrerem na ilha, em que imigrantes e artistas se reúnem para celebrar a cultura local.

Clóvis Silva afirmou que no sábado passado o festival de música, um dos pontos altos das festividades, não pôde ser realizado a tempo, porque o navio chegou à ilha por volta das 02:00 da madrugada, obrigando a maioria das pessoas a regressarem à casa.  

“Este atraso gerou custos avultados à edilidade bravense, que investiu na organização do evento. No domingo, a viagem foi simplesmente cancelada, sem nenhum tipo de justificação, o que é absolutamente inaceitável, comprometendo ainda mais as celebrações e as expectativas da população”, disse.

O deputado recordou que, em 2019, o Governo assinou um contrato de concessão para o transporte marítimo, que previa seis viagens semanais com pernoite do navio na ilha Brava.

No entanto, em Abril de 2023 o número de viagens foi reduzido para apenas três por semana, retirando o pernoita, situação justificada pelo Governo por falta de condições de transportes do navio.

O parlamentar sublinhou ainda o desânimo profundo que a população da ilha Brava vive, refletido na baixa adesão à manifestação recentemente convocada para protestar contra a situação.

“Não é apatia, mas sim uma desesperança enraizada, fruto do sentimento de abandono pelo Governo,” afirmou.

O PAICV exige o retorno imediato às seis viagens semanais, com pernoita na ilha, uma fiscalização rigorosa do concessionário e um plano urgente para modernizar e reforçar a frota marítima, garantindo um serviço digno e fiável.

Além disso, apelou para um diálogo aberto com os bravenses para que as suas necessidades sejam efetivamente ouvidas e respeitadas.

Por fim, Clóvis Silva alertou para o impacto social e económico desta crise, pois segundo ele os operadores turísticos estão a fechar, os comerciantes enfrentam dificuldades para abastecer e os bravenses veem-se confrontados com dificuldades no acesso a serviços de saúde essenciais.

O deputado apelou à união da sociedade civil, associações e líderes locais para pressionar o Governo a encontrar uma solução que acabe com o isolamento da Brava.

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Comentários

  • Casimiro centeio, 23 de Jun de 2025

    Reclamar ou denunciar não irá mudar a equação dos problemas deixados pelo desgoverno de Ulisses. Esse tirano esbanjador precisa ser encarado de outra maneira. É um agente neo-colonial a quem o RESPEITO não tem nenhum significado moral. Brinca com o respeito humano e joga -o depois para fora como o escarro.

    • Casimiro centeio, 23 de Jun de 2025

      ( II ) Dizem que ele (Ulisses) levou a S.Vicente, para a inauguração do Terminal de Cruzeiros, uma comitiva mais numerosa do que a população da ilha da Brava. Outros dizem que o tal "faraó de Várzea" levou consigo, para esse regabofe, todos os militantes do seu Mpd - os seus fiéis puxa-sacos da ilha de S.Tiago. Até parecia uma grande evacuação de refugiados á procura de abrigo.

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  • Manuel Miranda, 23 de Jun de 2025

    Uma vergonha. Um povo maltratado, desrespeitado e abandonado, só pelo facto de ter um governo que não cumpre as suas obrigações.

    Responder


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