O orçamento do Município da Praia prevê mais 350 mil contos para ser investido no Mercado do Coco neste ano de 2019. Este dinheiro vai ser aplicado na correção de falhas de construção. E a conclusão será para quando? Praia continua sem mercado, 9 anos após o início desta obra, cuja derrapagem financeira e orçamental terá já extrapolado todos os limites da legalidade e da ética contabilística e financeira de gestão, pública ou privada.
A Bancada do PAICV convocou a imprensa para denunciar uma das maiores derrapagens financeiras de uma obra municipal em Cabo Verde – o Mercado do Coco, já consumiu mais de 500 mil contos e ainda está longe de ser concluído. Esta obra já vai para 9 anos de construção. Neste momento se encontra parada e a Câmara Municipal da Praia não dá cavaco a ninguém.
“A cidade precisa, urgentemente, de um novo mercado, pois as condições de funcionamento do Sucupira são bastante precárias e já não se compadecem com os atuais padrões de segurança, tanto para as pessoas que lá trabalham como para os clientes que diariamente frequente aquele mercado”, escreve o PAICV, acrescentando que “um novo mercado será também determinante no âmbito de um plano com vista a se reestruturar a aliviar o transito automóvel no Bairro da Fazenda”.
A Câmara Municipal da Praia nunca teve a coragem de explicar o que é que se passa com as obras do Mercado do Coco, quanto mais não seja para cumprir o seu dever institucional de prestar esclarecimentos no quadro da transparência e da legalidade a que se encontra vinculado, mas também para combater especulações que naturalmente surgem em situações do tipo.
“Os Eleitos Municipais do PAICV desde o primeiro momento questionaram a localização da Obra, porque na altura existia ali um campo de futebol que era bastante utilizado pelos jovens de Achadinha e Várzea e que era palco de importantes torneios e partidas de futebol, sobretudo ao nível das competições municipais”, recorda a referida nota, dizendo ainda que “também na altura questionamos a escolha do local pelas condições técnicas do terreno não ser a mais apropriada para albergar edifícios de grande porte”.
Contudo, como numa democracia a maioria é que tem razão, a Câmara Municipal da Praia avançou com a sua proposta que, diz o PAICV “depois de ter sido enterrado mais de 500 mil contos, numa obra que está nas condições em que se encontra, a CMP anunciou no orçamento de 2019 que ira gastar mais 350 mil contos para reparar os erros cometidos na construção desta obra e que, mais uma vez, será os contribuintes cabo-verdianos a pagarem.”
Comentários