O presidente da Câmara Municipal da Praia disse hoje que o orçamento camarário para 2021 tem “um rosto profundamente humano e social”, com um aumento de 276 % a nível do eixo coesão social, em relação a 2020.
Francisco Carvalho fez estas considerações à Inforpress, na manhã de hoje, por ocasião da primeira sessão ordinária para aprovação do plano de actividades e orçamento de 2021, avaliado em pouco mais de três milhões de contos, e referiu que a nível do capital humano há um aumento de 44%, que ilustra a política social.
Manifestou ainda determinação no sentido de desenvolver e criar mecanismos que ajudem as pessoas a enfrentar a pandemia da covid-19, numa autarquia que disse estar aberta a propostas e críticas dos munícipes, de forma a dar respostas às necessidades declaradas.
Quanto às críticas sobre as medidas sociais já anunciadas, Carvalho manifestou estranheza pelo facto de “60 dias após a tomada de posse começar-se a falar em medidas eleitoralistas”, afirmando que não consegue entender estas suspeições porque a sua equipa trabalha para todos os munícipes da Praia e que, naturalmente, beneficia a oposição.
Na sessão camarária, realçou que todas as obras municipais iniciadas pela gestão camarária anterior que ficaram por concluir serão retomadas, desde que haja sustentabilidade e que se verifiquem que os empreiteiros cumpriram os contratos.
“Nós estamos simplesmente a substituir o poder autárquico dantes instalado. Esta equipa vai dar continuidade e respeitar todos os compromissos, mas é natural este compasso de espera para se retomar as obras, porque há que analisar os contratos, se aquilo que a empresa foi financiada corresponde ao programado”, explicitou Francisco Carvalho.
Avisou, entretanto, que a retoma das obras “não é algo automático”, alegando que caso se verifique que os contratos não foram cumpridos as obras serão suspensas, tendo citado como “exemplo incontornável” o caso das obras do mercado Coco.
Prometeu, ainda, continuar com o programa de legalização de casas clandestinas, analisar e avançar com a problemática de atribuição de lotes de terreno no Alto da Glória e analisar as preocupações levantadas pelos munícipes para a requalificação de alguns bairros da capital.
Francisco Carvalho criticou, contudo, as obras iniciadas em vésperas das campanhas eleitorais, por as considerar de uma “má prática” a ser “definitivamente banida” pela autarquia, por entender que se tem estado a passar “uma má mensagem” para a sociedade e que só contribuirá para “denegrir a imagem” de políticos e dos partidos políticos.
Vincou ainda a promessa que a sua equipa “jamais irá iniciar obras que só contribuem para fazer com que os munícipes sejam reféns do processo eleitoral”, tendo inclusive avançado que a Câmara Municipal da Praia vai publicar uma resolução que irá determinar o período limite para o início das obras municipais no concelho.
Carvalho tranquilizou, ainda, os munícipes em relação ao descontentamento e preocupações levantadas pelos taxistas na Cidade da Praia, que almejam incentivos para tornarem proprietários, ao declarar que as situações serão avaliadas para “sanar as injustiças cometidas” e que resultaram “numa confusão”.
Comentários