Francisco Carvalho: “Ataque do MpD é cortina de fumo para esconder o falhanço da sua governação”
Política

Francisco Carvalho: “Ataque do MpD é cortina de fumo para esconder o falhanço da sua governação”

Em live emitida ao início da noite de ontem, o presidente da Câmara Municipal da Praia e líder do PAICV reagiu às graves acusações do secretário-geral do MpD, sublinhando que “a democracia não é o ataque vil, rasteiro, baixo, a democracia acontece no campo das ideias”, e que o partido de Ulisses está “desesperado” e, por tal, leva a cena um novo “custe o que custar”.

Durante pouco mais de dez minutos, Francisco Carvalho reagiu ao “episódio infeliz do ataque vil” à sua pessoa, considerando que “na hora em que Agostinho Lopes fala de Francisco Carvalho, ficamos a saber muito mais sobre Agostinho do que sobre Francisco”.

O presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) comentando uma das acusações de Agostinho Lopes lhe fez, considerando-o um “político conflituoso, embirrento, desonesto, criminoso, ditador e mau-caráter”, declarou: “nunca pensei que um partido político poderia utilizar um canal formal de informação para atacar outro partido desta maneira”.

Segundo Francisco Carvalho, “o MpD, na falta de argumentos ao nível da governação, num contexto de total desorientação, de falhanço da governação, sem água e sem luz, sem barcos e sem aviões, num falhanço total, utiliza este ataque vil à minha pessoa como cortina de fumo para esconder o falhanço da sua própria governação”.

Ainda segundo o também presidente da Câmara Municipal da Praia, “democracia não é ataque vil, rasteiro, baixo, a democracia acontece no campo das ideias, acontece em termos de disputa das melhores propostas, para governar e resolver os problemas das pessoas”, considerou.

“Onde está aquilo de que me acusam?”

Na live, a intervenção de Francisco Carvalho foi intercalada com extratos da conferência de imprensa dada pelo secretário-geral do MpD na última terça-feira, 16, onde, entre outras declarações, Agostinho Lopes disse que “fica absolutamente claro que o presidente do PAICV é o presidente de câmara mais corrupto e fora da lei que Cabo Verde já teve”, ou, ainda, que “o objetivo é angariar dinheiro para ele, para os seus camaradas e para a campanha eleitoral que está próxima”.

A este propósito, Francisco Carvalho interrogou: “alguém me viu com um carro de luxo, com roupa de luxo, com relógio de marca?”, para logo ele próprio responder: “continuo a viver na mesma casa há mais de trinta anos, os meus irmãos emigraram e estou na mesma casa, a casa de meus pais”.

“Onde está aquilo de que o sr. Agostinho me acusou de forma tão irresponsável?”, perguntou, ainda, o líder do PAICV.

“Presidente da Câmara não interfere na avaliação dos terrenos”

Afirmando que iria explicar, de “forma clara”, a polémica em torno dos terrenos, Francisco Carvalho avançou que o valor de cada terreno “é calculado com base numa plataforma informática”, que analisa todos os dados, nomeadamente, “tamanho e localização do terreno, o que tem naquela zona, se tem água canalizada, se já tem luz, se tem rede de esgoto”, e que, “de acordo com essas caraterísticas, a própria plataforma digital determina o valor do terreno”.

O presidente da Câmara Municipal da Praia, fez, ainda, questão de explicar: “a plataforma não fomos nós que a criamos, com o MpD já estava lá. Chegamos na Câmara, encontramos a plataforma e deixamos ficar, porque é uma medida certa. Sobretudo, porque a forma como calcula o valor do terreno acontece sem ingerência do presidente da Câmara”, salientou.

“Parar um movimento imparável”

Aludindo a uma parte da conferência de imprensa em que Agostinho Lopes disse expressamente que “é preciso travar Francisco Carvalho”, o líder do PAICV foi peremptório: “este é o real motivo pelo qual o MpD tem levado a cabo os ataques pessoais contra mim, contra o meu partido e contra pessoas que estão próximas de mim”.

Para Francisco Carvalho, “o MpD quer parar o movimento de mudança que já é imparável. Este movimento de mudança vai no sentido de fazer coisas de forma totalmente diferente daquilo que temos visto nos últimos nove anos”, uma nova forma de fazer política “com seriedade e transparência, focada em resolver os problemas da vida das pessoas”.

“Nos últimos nove anos, temos assistido à estagnação do processo de desenvolvimento de Cabo Verde. Basta olhar: apagões de luz, o problema da água, apagão em termos de ligações aéreas e marítimas, falta de barcos e falta de aviões. É isso que tem o MpD neste processo de desespero. É o novo ‘custe o que custar’”, disse ainda Francisco Carvalho, numa alusão à célebre declaração de Ulisses Correia e Silva no período que antecedeu as eleições autárquicas do ano passado (“tomar a Praia custe o que custar”), e que - como se sabe,- teve um efeito inverso ao pretendido pelo líder do MpD.

O presidente do PAICV concluiu, fazendo um aviso: “não me intimido, continuo a trabalhar todo os dias com afinco, com alegria, com amor no coração, para continuarmos a construir esse Cabo Verde para todos”.

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Redação