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“Os meus projetos têm como fundamento a satisfação das necessidades da população e vinculam-se à alavancagem das grandes potencialidades de Órgãos”
Entrevista

“Os meus projetos têm como fundamento a satisfação das necessidades da população e vinculam-se à alavancagem das grandes potencialidades de Órgãos”

Euclides Cabral, candidato do PAICV à Câmara Municipal de São Lourenço dos Órgãos, afirma-se motivado em devolver “São Lourenço aos laurentinos, ou seja, promover a união, criar espaços de diálogo e de participação cívica, enquanto caminho e oportunidade para se aproveitar e alavancar as potencialidades naturais, infraestruturais, históricas e humanas do município que estão sendo “subaproveitadas para não dizer desvalorizadas.” Na opinião deste candidato, “o município parou no tempo em termos de desenvolvimento económico, social e humano, pelo que é preciso “dar um novo rumo, no sentido de resgatar a tranquilidade, a liberdade de pensamento e de expressão, o bem-estar social e a dignidade de todos”.

"As potencialidades naturais, infraestruturais, históricas e humanas do município são subaproveitadas para não dizer desvalorizadas. O povo foi relegado para um exagerado estado de assistencialismo, com alto teor de discriminação e partidarização das instituições e serviços públicos, condicionado sua liberdade de pensamento, expressão e ação. Deste modo, a maioria da população vive deprimida, com baixa autoestima e sem motivação para contribuir para o desenvolvimento do município, espreitando sempre o caminho de saída."

Santiago Magazine - O senhor concorre nas listas do PAICV para Presidente da Câmara Municipal de São Lourenço dos Órgãos. Quais são as suas principais motivações políticas, profissionais e pessoais para entrar nesta aventura?

Euclides Cabral - Sou Candidato a Presidente da Câmara Municipal de São Lourenço dos Órgãos motivado, em primeiro lugar, por ser uma escolha/chamamento do povo de São Lourenço, mas também por entender que possuo um enorme conhecimento da realidade sócio- económica do concelho, consciente das fragilidades, dos desafios, mas também das potencialidades e oportunidades de desenvolvimento do município. Sinto-me ainda motivado, por considerar possuidor de maturidade e experiência política e profissional suficientes para motivar, abraçar e convergir todos os laurentinos, para que juntos, possamos dar um novo rumo, no sentido de resgatar a tranquilidade, a liberdade de pensamento e de expressão, o bem-estar social e a dignidade de todos.

O que o leva a acreditar que São Lourenço dos Órgãos precisa de outra liderança?

São Lourenço dos Órgãos precisa de outra liderança, pois o município parou no tempo em termos de desenvolvimento económico, social e humano. As potencialidades naturais, infraestruturais, históricas e humanas do município são subaproveitadas para não dizer desvalorizadas. O povo foi relegado para um exagerado estado de assistencialismo, com alto teor de discriminação e partidarização das instituições e serviços públicos, condicionado sua liberdade de pensamento, expressão e ação. Deste modo, a maioria da população vive deprimida, com baixa autoestima e sem motivação para contribuir para o desenvolvimento do município, espreitando sempre o caminho de saída.

"Enquanto político, possuo várias participações nas listas para eleições autárquicas e legislativas desde quando éramos concelho de Santa Cruz e agora São Lourenço dos Órgãos. Fui eleito Municipal na lista do PAICV em São Lourenço de 2012 a 2016. Sou membro do setor de PAICV desde 2005 e eleito Primeiro Secretário em 2021."

Se for eleito, o que é que faria diferente daquilo que tem sido feito até agora no seu concelho?

Se for eleito Presidente da Câmara Municipal de São Lourenço, como aliás, acredito que serei, a primeira diferença que proponho é um novo estado social em São Lourenço, que passará por devolver São Lourenço aos laurentinos, ou seja, é promover a união, criar espaços de diálogo e de participação cívica, em que todos os munícipes e todos os que amam e desejam viver em São Lourenço, tenham a oportunidade de fazer parte do processo de desenvolvimento, sem qualquer tipo de preconceito e discriminação, contribuindo com ideias e integrando em parcerias e projetos em prol do desenvolvimento.

Já agora, quem é Euclides Cabral?

Sou um filho de São Lourenço, nascido na localidade de Órgãos Pequeno, onde atualmente resido, filho de uma rabidante e um pedreiro. Nasci a 1 de setembro de 1976, estudei nas escolas Básicas de Órgãos Pequeno e Achada Leitão – Picos, completei os estudos secundários no Liceu Amílcar Cabral em 1995 e, logo comecei a lecionar como professor do Ensino Básico na localidade de Boca larga, onde fui gestor durante 4 anos. Ainda trabalhei nas escolas de Órgãos Pequeno e João Teves e desempenhei a função de gestor na Escola de São Jorge. Trabalhei como coordenador e chefe da equipa pedagógica na Delegação de São Lourenço dos Órgãos de 2010 a 2016 e de 2018 a 2023. Fui sócio fundador da Escola Secundária Privada Renascer em São Lourenço dos Órgãos, onde assumi a função de subdiretor administrativo e professor das disciplinas de FPS, Língua Portuguesa, Psicologia e Direito. Sou formado no Instituto Pedagógico com Cursos de Formação de Professores e de Gestores de Ensino Básico. Sou licenciado em Ciências Sociais, vertente Psicologia e pós-graduado em Relações Internacionais e Diplomacia Económica. Atualmente trabalho como professor de História na Escola Básica e Secundária Luciano Garcia.

Enquanto político, possuo várias participações nas listas para eleições autárquicas e legislativas desde quando éramos concelho de Santa Cruz e agora São Lourenço dos Órgãos. Fui eleito Municipal na lista do PAICV em São Lourenço de 2012 a 2016. Sou membro do setor de PAICV desde 2005 e eleito Primeiro Secretário em 2021.

"...cada vez mais notamos que as pessoas estão descrentes em relação à política e aos políticos, o que vem aumentando a taxa de abstenção. Acredito, também, que o caminho poderá ser invertido se o povo tomar a consciência e passar a não cair na conversa dos milagres de final de mandato, mas sim, de projetos consistentes que garantem desenvolvimento equilibrado e sustentável, apresentados por pessoas com caráter e percurso reconhecido. No entanto, o desenvolvimento e o futuro do nosso país, dependem em grande parte das decisões políticas e acreditamos que ainda existem pessoas honestas e determinadas em trabalhar para o bem comum. O problema reside, muitas vezes, nas escolhas que fazemos."

Quais são os seus grandes projetos para Órgãos?

Os meus projetos têm como fundamento a satisfação das necessidades da população e vinculam-se à alavancagem das grandes potencialidades de Órgãos, concretamente: Transformação de São Lourenço num centro de turismo e lazer, incrementando deste modo, o comércio, o emprego e o rendimento, com criação de mais e melhores espaços de lazer e turismo, espaços de estacionamento, acessos e infraestruturas comerciais como o de Mercado; Incremento do setor agroindustrial, reativando e maximizando as infraestruturas e instituições já existentes e promovendo o cooperativismo/cooperação, para alcançar novos mercados nacionais e internacionais; Dinamização da cooperação descentralizada com outros municípios, empresas, associações, organizações não governamentais e organizações internacionais, no sentido de angariar recursos necessários para implementação de projetos de desenvolvimento e fomentar o investimento privado; Promoção de uma gestão transparente e participativa dos projetos e recursos do Município; Promoção de uma educação científica, cultural e desportiva capaz de garantir o bem-estar social, emocional e económico do indivíduo; Infraestruturação do Município, com destaque para Paços do Concelho, requalificação urbana, acessibilidades, Habitação Social, espaços desportivos, turísticos e de lazer, e entre outros.

O que pensa da política em Cabo Verde?

Na verdade, a política que, na sua essência deveria ser encarada como uma missão nobre, de disponibilizar-se ao serviço do bem comum, com toda a nossa capacidade e competência, tem sido encarada por muitos como um trampolim para satisfação das ambições e vaidades pessoais e de um determinado grupo, ficando a maioria da população como meros expetadores. Desta forma, cada vez mais notamos que as pessoas estão descrentes em relação à política e aos políticos, o que vem aumentando a taxa de abstenção. Acredito, também, que o caminho poderá ser invertido se o povo tomar a consciência e passar a não cair na conversa dos milagres de final de mandato, mas sim, de projetos consistentes que garantem desenvolvimento equilibrado e sustentável, apresentados por pessoas com caráter e percurso reconhecido. No entanto, o desenvolvimento e o futuro do nosso país, dependem em grande parte das decisões políticas e acreditamos que ainda existem pessoas honestas e determinadas em trabalhar para o bem comum. O problema reside, muitas vezes, nas escolhas que fazemos.

Sendo ainda jovem, que conselhos daria aos jovens cabo-verdianos no que respeita à participação política?

Aos jovens cabo-verdianos, que na minha ótica constituem uma das classes mais prejudicadas pelo rumo que política e a gestão do país estão a tomar, sendo muitas vezes usados como objeto de objetos nos períodos eleitorais, com apoios momentâneos, contratos de trabalho precários e de curta duração, formações surpresas e gratuitas, estágios profissionais, festas, etc., para depois das eleições voltarem à estaca zero, apelo que esforcem para serem partes do sistema de decisão e resolução do problema, nunca depósitos de problemas. Por isso, o caminho é entrar também na política para poderem ser atores e não meros expetadores, podendo assim implementar mudanças necessárias que vão ao encontro dos desafios da juventude. Se ficarem sentados à espera que os outros venham decidir por eles, pouca sorte terão com certeza.

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