Pela defesa do direito à Educação em África. Por Aidê Carvalho
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Pela defesa do direito à Educação em África. Por Aidê Carvalho

Pela primeira vez piso o solo do Senegal. A missão é nobre. Em Dakar, junto-me aos outros Membros do Conselho de Administração da Rede Africana da Campanha de Educação para Todos, ANCEFA, para traçarmos estratégias a favor de uma educação inclusiva e de qualidade em África. Nigéria, Quénia, Zâmbia, Níger, Burkina Faso, Togo, Cabo Verde, Guiné Bissau e Senegal estão aqui representados.

Diferentes países com diversidade linguística e cultural, mas que lutam por uma causa comum: defesa do direito à educação neste continente africano. Direito esse que além do acesso inclui a qualidade. E para que todos, em especial as crianças com necessidades educativas especiais, tenham os seus direitos respeitados estão a ser tomados um conjunto de medidas a nível da ANCEFA.

O presidente do Conselho de administração, Dembele Samuel, fala numa “nova era” para esta organização africana, com 17 anos de existência. É que neste encontro de Dakar foi conferida a posse da nova coordenadora regional que se espera trazer um novo dinamismo a Rede.

Hoje, quarta-feria, 30, em Dakar, lembrei-me do Josemar Soares, de Fazenda, Praia. Não só pelo facto de completar hoje 19 anos, mas também por falarmos de educação inclusiva. Josemar sofre de dislexia. Por causa desse problema foi apelidado de “burro” pelos próprios professores e rejeitado na escola. Felizmente encontrou no artesanato o seu refúgio e hoje é um jovem artesão. No que se refere aos alunos com necessidades especiais, em Cabo Verde o sistema do ensino não está preparado para a inclusão. O caso de Josemar, que já tinha sido reportado por mim na TCV, é apenas um exemplo. No seio da ANCEFA trabalha-se para a promoção de educação para todos conforme reza a convenção dos direitos da criança.

Neste encontro em Dakar estão também dois representantes da Campanha Mundial pela Educação para Todos.

Aidê Carvalho

Jornalista

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