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Peritos da CEA destacam urgência na segurança energética e alimentar diante das mudanças climáticas em nações africanas
Economia

Peritos da CEA destacam urgência na segurança energética e alimentar diante das mudanças climáticas em nações africanas

Especialistas da Comissão Económica para a África (CEA) enfatizaram com urgência a necessidade de segurança energética e alimentar robusta como resposta aos desafios impostos pelas mudanças climáticas. Esta posição saiu de um encontro que decorreu esta quarta-feira, 01 de Novembro em Acra, no Gana.

A conferência, que reuniu peritos e representantes de 22 países das sub-regiões do Norte e Oeste da África, debateu estratégias para a transição para energias renováveis e fortalecimento da resiliência agrícola, numa corrida contra o tempo para salvaguardar o desenvolvimento económico e a sustentabilidade diante de uma das maiores ameaças do nosso tempo.

Durante o segundo Comité Misto Intergovernamental de Altos Funcionários e Peritos (CIHFE), os participantes discutiram medidas práticas para que as nações se adaptem e mantenham a segurança energética e alimentar, enfatizando a aceleração do desenvolvimento regional.

A Directora do Escritório da CEA no Norte de África, Zuzana Brixiova Schwidrowski, ressaltou a gravidade da escassez de água, que poderia afectar até 71% do PIB e 61% da população no norte da África, uma situação significativamente mais severa do que a média global. Ela afirmou que, apesar desses desafios, investir em recursos renováveis poderia não apenas confrontar esses problemas, mas também impulsionar o desenvolvimento económico sustentável e social.

Por seu turno, a Diretora do Escritório da CEA na África Ocidental, Ngone Diop, destacou a insegurança alimentar crónica, afectando 20% da população africana. Diop enfatizou a necessidade de aumentar a produtividade agrícola, mobilizar recursos internos e implementar a Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA) para combater a pobreza e promover a transformação estrutural.

A reunião destacou que, apesar da contribuição mínima da África para as alterações climáticas, o continente sofre desproporcionalmente com seus efeitos. Actualmente, 17 dos 20 países mais vulneráveis estão na África, com um custo de 2 a 9% dos orçamentos nacionais. O aquecimento previsto de 1,5°C a mais de 3°C ameaça a saúde e a segurança alimentar das populações na África do Norte e Ocidental.

Os especialistas alertaram que a necessidade de desviar recursos públicos para mitigação e protecção está limitando a capacidade dos países africanos de financiar o desenvolvimento e proteger os avanços dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A reunião terminou com um chamado para desenvolver modelos de crescimento inovadores, que incluem a gestão adaptativa de solos e águas para agricultura sustentável, o uso de energias renováveis para atender às necessidades energéticas nacionais e o estabelecimento de modelos de financiamento robustos para essas transições.

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